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Acazias e o profeta Elias
1
Depois da morte de Acabe, Moabe se rebelou contra Israel.
2 Ora, Acazias caiu pela grade do seu quarto alto em Samaria, e
adoeceu; e enviou mensageiros, dizendo-lhes: Ide, e perguntai a
Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença.
3 O anjo do Senhor, porém, disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de
Samaria, e dize-lhes: Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?
4 Agora, pois, assim diz o Senhor: Da cama a que subiste não
descerás, mas certamente morrerás. E Elias se foi.
5 Os mensageiros voltaram para Acazias, que lhes perguntou: Que há, que voltastes?
6 Responderam-lhe eles: Um homem subiu ao nosso encontro, e nos disse:
Ide, voltai para o rei que vos mandou, e dizei-lhe: Assim diz o Senhor:
Porventura não há Deus em Israel, para que mandes
consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto, da cama a que subiste
não descerás, mas certamente morrerás.
7 Pelo que ele lhes indagou: Qual era a aparência do homem que subiu ao vosso encontro e vos falou estas palavras?
8 Responderam-lhe eles: Era um homem vestido de pêlos, e com os
lombos cingidos dum cinto de couro. Então, disse ele: É
Elias, o tisbita.
Elias e os três capitães
9 Então, o rei lhe enviou um chefe de
cinquenta, com os seus cinquenta. Este subiu a ter com Elias, que
estava sentado no cume do monte, e disse-lhe: Ó homem de Deus, o
rei diz: Desce.
10 Mas, Elias respondeu ao chefe de cinquenta: Se eu, pois, sou homem
de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus
cinquenta. Então, desceu fogo do céu, e consumiu a ele e
aos seus cinquenta.
11 Tornou o rei a enviar-lhe outro chefe de cinquenta com os seus cinquenta. Este lhe falou
e disse: Ó homem de Deus, assim diz o rei: Desce depressa.
12 Também a este respondeu Elias: Se eu sou homem de Deus,
desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus
cinquenta. Então, o fogo de Deus desceu do céu, e
consumiu a ele e aos seus cinquenta.
13 Ainda tornou o rei a enviar terceira vez um chefe de cinquenta com
os seus cinquenta. E o terceiro chefe de cinquenta, subindo, veio e
pôs-se de joelhos diante de Elias e suplicou-lhe, dizendo:
Ó homem de Deus, peço-te que seja preciosa aos teus olhos
a minha vida e a vida destes cinquenta, teus servos.
14 Eis que desceu fogo do céu e consumiu aqueles dois primeiros
chefes de cinquenta, com os seus cinquenta; agora, porém, seja
preciosa aos teus olhos a minha vida.
15 Então, o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este;
não tenhas medo dele. Levantou-se, pois, e desceu com ele ao rei.
16 E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Por que enviaste mensageiros a
consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Porventura, é porque
não há Deus em Israel, para consultares a sua palavra?
Portanto, desta cama a que subiste não descerás, mas
certamente morrerás.
A morte de Acazias
17 Assim, pois, morreu conforme a palavra do Senhor
que Elias falara. E Jorão começou a reinar em seu lugar
no ano segundo de Jeorão, filho de Josafá, rei de
Judá; porquanto Acazias não tinha filho.
18 Ora, o restante dos feitos de Acazias, porventura não
estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
Eliseu é sucessor de Elias
2
Quando o Senhor estava para tomar Elias ao céu num redemoinho, Elias partiu de Gilgal com Eliseu.
2 Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me envia a Betel.
Eliseu, porém, disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que
não te deixarei. E, assim, desceram a Betel.
3 Então, os filhos dos profetas que estavam em Betel
saíram ao encontro de Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o Senhor
hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele
disse: Sim, eu o sei; calai-vos.
4 E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o Senhor me envia a
Jericó. Ele, porém, disse: Vive o Senhor, e vive a tua
alma, que não te deixarei. E, assim, vieram a Jericó.
5 Então, os filhos dos profetas que estavam em Jericó se
chegaram a Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o Senhor hoje
tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse:
Sim, eu o sei; calai-vos.
6 E Elias lhe disse: Fica-te aqui, porque o Senhor me envia ao
Jordão. Mas ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que
não te deixarei. E assim ambos foram juntos.
7 E foram cinquenta homens dentre os filhos dos profetas, e pararam
defronte deles, de longe; e eles dois pararam junto ao Jordão.
8 Então, Elias tomou a sua capa e, dobrando-a, feriu as
águas, as quais se dividiram de uma à outra banda; e
passaram ambos a pé enxuto.
Elias é levado ao céu
9 Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me
o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. E
disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim dobrada
porção de teu espírito.
10 Respondeu Elias: Coisa difícil pediste. Todavia, se me vires
quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se
não, não se fará.
11 E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com
cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu
num redemoinho.
12 O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e
seus cavaleiros! E não o viu mais. Pegou, então, nas suas
vestes e as rasgou em duas partes;
13 tomou a capa de Elias, que dele caíra, voltou e parou à beira do Jordão.
14 Então, pegando da capa de Elias, que dele caíra, feriu
as águas e disse: Onde está o Senhor, o Deus de Elias?
Quando feriu as águas, estas se dividiram de uma à outra
banda, e Eliseu passou.
Os discípulos dos profetas procuram Elias
15 Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam
defronte dele em Jericó, disseram: O espírito de Elias
repousa sobre Eliseu. E vindo ao seu encontro, inclinaram-se em terra
diante dele.
16 E disseram-lhe: Eis que entre os teus servos há cinquenta
homens valentes. Deixa-os ir, pedimos-te, em busca do teu senhor; pode
ser que o Espírito do Senhor o tenha arrebatado e lançado
nalgum monte ou nalgum vale. Ele, porém, disse: Não os
envieis.
17 Mas insistiram com ele, até que se envergonhou; e disse-lhes:
Enviai. E enviaram cinquenta homens, que o buscaram três dias,
porém não o acharam.
18 Então, voltaram para Eliseu, que ficara em Jericó; e
ele lhes disse: Não vos disse eu que não fôsseis?
Eliseu torna saudáveis as águas de Jericó
19 Os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que a
situação desta cidade é agradável, como
vê o meu senhor; porém as águas são
péssimas, e a terra é estéril.
20 E ele disse: Trazei-me um jarro novo, e ponde nele sal. E lho trouxeram.
21 Então, saiu ele ao manancial das águas e, deitando sal
nele, disse: Assim diz o Senhor: Sarei estas águas; não
mais sairá delas morte nem esterilidade.
22 E aquelas águas ficaram sãs, até o dia de hoje, conforme a palavra que Eliseu disse.
Rapazinhos zombam de Eliseu
23 Então, subiu dali a Betel; e, subindo ele
pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele,
dizendo: Sobe, calvo! Sobe, calvo!
24 E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou
em nome do Senhor. Então, duas ursas saíram do bosque, e
despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos.
25 E dali foi para o monte Carmelo, de onde voltou para Samaria.
O reinado de Jorão sobre Israel
3 Ora, Jorão, filho de Acabe,
começou a reinar sobre Israel, em Samaria, no décimo
oitavo ano de Josafá, rei de Judá, e reinou doze anos.
2 Fez o que era mau aos olhos do Senhor, porém não como
seu pai, nem como sua mãe; pois tirou a coluna de Baal que seu
pai fizera.
3 Contudo, aderiu aos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com
que este fizera Israel pecar, e deles não se apartou.
Eliseu prediz a vitória sobre Moabe
4 Ora, Messa, rei dos moabitas, era criador de
ovelhas, e pagava de tributo ao rei de Israel cem mil cordeiros, e cem
mil carneiros com a sua lã.
5 Sucedeu, porém, que, morrendo Acabe, o rei dos moabitas se rebelou contra o rei de Israel.
6 Por isso, nesse mesmo tempo, Jorão saiu de Samaria e fez revista de todo o Israel.
7 E, pondo-se em marcha, mandou dizer a Josafá, rei de
Judá: O rei dos moabitas rebelou-se contra mim; irás tu
comigo a guerra contra os moabitas? Respondeu ele: Irei; como tu
és sou eu, o meu povo como o teu povo, e os meus cavalos como os
teus cavalos.
8 E perguntou: Por que caminho subiremos? Respondeu-lhe Jorão: Pelo caminho do deserto de Edom.
9 Partiram, pois, o rei de Israel, o rei de Judá e o rei de
Edom; e andaram rodeando durante sete dias; e não havia
água para o exército nem para o gado que os seguia.
10 Disse, então, o rei de Israel: Ah! O Senhor chamou estes
três reis para entregá-los nas mãos dos moabitas.
11 Perguntou, porém, Josafá: Não há aqui
algum profeta do Senhor por quem consultemos ao Senhor? Então,
respondeu um dos servos do rei de Israel, e disse: Aqui está
Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos
de Elias.
12 Disse Josafá: A palavra do Senhor está com ele.
Então, o rei de Israel, e Josafá, e o rei de Edom
desceram a ter com ele.
13 Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai ter com os
profetas de teu pai, e com os profetas de tua mãe. O rei de
Israel, porém, lhe disse: Não; porque o Senhor chamou
estes três reis para entregá-los nas mãos dos
moabitas.
14 Respondeu Eliseu: Vive o Senhor dos exércitos, em cuja
presença estou, que se eu não respeitasse a
presença de Josafá, rei de Judá, não te
contemplaria, nem te veria.
15 Agora, contudo, trazei-me um harpista. E sucedeu que, enquanto o harpista tocava, veio a mão do Senhor sobre Eliseu.
16 E ele disse: Assim diz o Senhor: Fazei neste vale muitos poços.
17 Porque assim diz o Senhor: Não vereis vento, nem vereis
chuva; contudo este vale se encherá de água, e bebereis
vós, os vossos servos e os vossos animais.
18 E ainda isso é pouco aos olhos do Senhor; também entregará ele os moabitas nas vossas mãos,
19 e ferireis todas as cidades fortes e todas as cidades escolhidas,
cortareis todas as boas árvores, tapareis todas as fontes
d'água, e cobrireis de pedras todos os bons campos.
20 E sucedeu que, pela manhã, à hora de se oferecer o
sacrifício, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom,
e a terra se encheu d'água.
A derrota de Moabe
21 Ouvindo, pois, todos os moabitas que os reis tinham
subido para pelejarem contra eles, convocaram-se todos os que estavam
em idade de pegar armas, e daí para cima, e puseram-se às
fronteiras.
22 Levantaram-se os moabitas de madrugada e, resplandecendo o sol sobre
as águas, viram diante de si as águas vermelhas como
sangue;
23 e disseram: Isto é sangue; certamente os reis pelejaram entre
si e se mataram um ao outro! Agora, pois, à presa, moabitas!
24 Quando, porém, chegaram ao arraial de Israel, os israelitas se levantaram, e
feriram aos moabitas, os quais fugiram diante deles; e ainda entraram na terra, ferindo ali também
aos moabitas.
25 E arrasaram as cidades; e cada um deles lançou pedras em
todos os bons campos, entulhando-os; taparam todas as fontes
d'água, e cortaram todas as boas árvores; somente a
Quir-Haresete deixaram ficar as pedras; contudo, os fundeiros a
cercaram e a feriram.
26 Vendo o rei dos moabitas que a peleja prevalecia contra ele, tomou
consigo setecentos homens que arrancavam da espada, para romperem
contra o rei de Edom; porém não puderam.
27 Então, tomou a seu filho primogênito, que havia de
reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre o muro, pelo que
houve grande indignação em Israel; por isso retiraram-se
dele, e voltaram para a sua terra.
Eliseu aumenta o azeite da viúva
4 Ora, uma dentre as mulheres dos filhos
dos profetas clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e
tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. Agora, acaba de chegar o
credor para levar-me os meus dois filhos para serem escravos.
2 Perguntou-lhe Eliseu: Que te hei de fazer? Dize-me o que tens em
casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão
uma botija de azeite.
3 Disse-lhe ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.
4 Depois entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos; deita
azeite em todas essas vasilhas, e põe à parte a que
estiver cheia.
5 Então, ela se apartou dele. Depois, fechada a porta sobre si e
sobre seus filhos, estes lhe chegavam as vasilhas, e ela as enchia.
6 Cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Chega-me ainda uma
vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha nenhuma.
Então, o azeite parou.
7 Veio ela, pois, e o fez saber ao homem de Deus. Disse-lhe ele: Vai,
vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do
resto.
Eliseu e a sunamita
8 Sucedeu, também, certo dia, que Eliseu foi a
Suném, onde havia uma mulher rica que o reteve para comer; e
todas as vezes que ele passava por ali, lá se dirigia para comer.
9 E ela disse a seu marido: Tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus.
10 Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto sobre o muro; e
ponhamos-lhe ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e
há de ser que, quando ele vier a nós, se recolherá
ali.
11 Sucedeu que um dia ele chegou ali, recolheu-se àquele quarto e se deitou.
l2 Então, disse ao seu moço Geazi: Chama esta sunamita. Ele a chamou, e ela se apresentou perante ele.
13 Pois Eliseu havia dito a Geazi: Dize-lhe: Eis que tu nos tens
tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti?
Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao chefe do
exército? Ao que ela respondera: Eu habito no meio do meu povo.
14 Então, disse ele: Que se há de fazer, pois, por ela? E
Geazi disse: Ora, ela não tem filho, e seu marido é velho.
15 Pelo que disse ele: Chama-a. E ele a chamou, e ela se pôs à porta.
16 E Eliseu disse: Por este tempo, no ano próximo,
abraçarás um filho. Respondeu ela: Não, meu
senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva.
17 Mas a mulher concebeu e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte como Eliseu lhe dissera.
18 Tendo o menino crescido, saiu um dia a ter com seu pai, que estava com os segadores.
19 Disse a seu pai: Minha cabeça! Minha cabeça! Então, ele disse a um moço: Leva-o a sua mãe.
20 Este o tomou e o levou a sua mãe; e o menino esteve sobre os
joelhos dela até o meio-dia e, então, morreu.
21 Ela subiu, deitou-o sobre a cama do homem de Deus e, fechando sobre ele a porta, saiu.
22 Então, chamou a seu marido, e disse: Manda-me,
peço-te, um dos moços e uma das jumentas, para que eu
corra ao homem de Deus e volte.
23 Disse ele: Por que queres ir ter com ele hoje? Não é lua nova nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem.
24 Então, ela fez albardar a jumenta, e disse ao seu
moço: Guia e anda, e não me detenhas no caminhar,
senão quando eu to disser.
25 Partiu, pois, e foi ter com o homem de Deus, ao monte Carmelo; e
sucedeu que, vendo-a de longe o homem de Deus, disse a Geazi, seu
moço: Eis aí a sunamita;
26 corre-lhe ao encontro e pergunta-lhe: Vais bem? Vai bem teu marido? Vai bem teu filho? Ela respondeu: Vai bem.
27 Chegando ela ao monte, à presença do homem de Deus,
apegou-se-lhe aos pés. Chegou-se Geazi para a retirar,
porém, o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma
está em amargura, e o Senhor mo encobriu, e não mo
manifestou.
28 Então, disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes?
29 Ao que ele disse a Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu
bordão na mão e vai. Se encontrares alguém,
não o saúdes; e se alguém te saudar, não
lhe respondas; e põe o meu bordão sobre o rosto do menino.
30 A mãe do menino, porém, disse: Vive o senhor, e vive a
tua alma, que não te hei de deixar. Então, ele se
levantou e a seguiu.
31 Geazi foi adiante deles, e pôs o bordão sobre o rosto
do menino; porém não havia nele voz nem sentidos. Pelo
que voltou a encontrar-se com Eliseu, e o informou, dizendo: O menino
não despertou.
32 Quando Eliseu chegou à casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama.
33 Então, ele entrou, fechou a porta sobre eles ambos e orou ao Senhor.
34 Em seguida, subiu na cama e deitou-se sobre o menino, pondo a boca
sobre a boca do menino, os olhos sobre os seus olhos, e as mãos
sobre as suas mãos, e ficou encurvado sobre ele até que a
carne do menino aqueceu.
35 Depois desceu, andou pela casa duma parte para outra, tornou a
subir, e se encurvou sobre ele; então, o menino espirrou sete
vezes, e abriu os olhos.
36 Eliseu chamou a Geazi, e disse: Chama essa sunamita. E ele a chamou.
Quando ela se lhe apresentou, disse ele: Toma o teu filho.
37 Então, ela entrou e prostrou-se a seus pés, inclinando-se à terra; e tomando seu filho, saiu.
A morte que havia na panela é tirada
38 Eliseu voltou a Gilgal. E havia fome na terra; e os
filhos dos profetas estavam sentados na sua presença. E disse ao
seu moço: Põe a panela grande ao lume, e faze um caldo de
ervas para os filhos dos profetas.
39 Então, um deles saiu ao campo a fim de apanhar ervas, e
achando uma parra brava, colheu dela a sua capa cheia de
colocíntidas e, voltando, cortou-as na panela do caldo,
não sabendo o que era.
40 Assim, tiraram de comer para os homens. E havendo eles provado o
caldo, clamaram, dizendo: Ó homem de Deus, há morte na
panela! E não puderam comer.
41 Ele, porém, disse: Trazei farinha. E deitou-a na panela, e
disse: Tirai para os homens, a fim de que comam. E já não
havia mal nenhum na panela.
Vinte pães satisfazem a cem homens
42 Um homem veio de Baal-Salisa, trazendo ao homem de
Deus pães das primícias, vinte pães de cevada, e
espigas verdes no seu alforje. Eliseu disse: Dá ao povo, para
que coma.
43 Disse, porém, seu servo: Como hei de pôr isto diante de
cem homens? Ao que tornou Eliseu: Dá-o ao povo, para que coma;
porque assim diz o Senhor: Comerão e sobejará.
44 Então, lhos pôs diante; e comeram, e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor.
Naamã é curado de lepra
5 Ora, Naamã, chefe do
exército do rei da Síria, era um grande homem diante do
seu senhor, e de muito respeito, porque por ele o Senhor dera
livramento aos sírios; era homem valente, porém leproso.
2 Os sírios, numa das suas investidas, haviam levado presa, da
terra de Israel, uma menina que ficou ao serviço da mulher de
Naamã.
3 Disse ela a sua senhora: Oxalá que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em
Samaria! Pois ele o curaria da sua lepra.
4 Então, Naamã foi notificar a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel.
5 Respondeu o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao
rei de Israel. Foi, pois, e levou consigo dez talentos de prata, e seis
mil siclos de ouro e dez mudas de roupa.
6 Também levou ao rei de Israel a carta, que dizia: Logo, em
chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã,
meu servo, para que o cures da sua lepra.
7 Tendo o rei de Israel lido a carta, rasgou as suas vestes, e disse:
Sou eu Deus, que possa matar e vivificar, para que este envie a mim um
homem a fim de que eu o cure da sua lepra? Notai, peço-vos, e
vede como ele anda buscando ocasião contra mim.
8 Quando Eliseu, o homem de Deus, ouviu que o rei de Israel rasgara as
suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes?
Deixa-o vir ter comigo, e saberá que há profeta em Israel.
9 Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu.
10 Então, este lhe mandou um mensageiro, a dizer-lhe: Vai,
lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne tornará a ti,
e ficarás purificado.
11 Naamã, porém, indignado, retirou-se, dizendo: Eis que
pensava eu: Certamente ele sairá a ter comigo,
pôr-se-á em pé, invocará o nome do Senhor,
seu Deus, passará a sua mão sobre o lugar, e
curará o leproso.
12 Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel?
Não poderia eu lavar-me neles e ficar purificado? Assim, se voltou e se retirou com indignação.
13 Os seus servos, porém, chegaram-se a ele e lhe falaram: Meu
pai, se o profeta te houvesse indicado alguma coisa difícil,
porventura não a terias cumprido? Quanto mais, dizendo-te ele:
Lava-te e ficarás purificado.
14 Desceu ele, pois, e mergulhou-se no Jordão sete vezes,
conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a
carne dum menino, e ficou purificado.
15 Então, voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva;
chegando, pôs-se diante dele e disse: Eis que agora sei que em
toda a terra não há Deus senão em Israel; agora,
pois, peço-te que do teu servo recebas um presente.
16 Ele, porém, respondeu: Vive o Senhor, em cuja presença
estou, que não o receberei. Naamã instou com ele para que
o tomasse; mas ele recusou.
17 Ao que disse Naamã: Seja assim; contudo, dê-se a este
teu servo terra que baste para carregar duas mulas; porque nunca mais
oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a
outros deuses, senão ao Senhor.
18 Nisto perdoe o Senhor ao teu servo: Quando meu amo entrar na casa de
Rimom para ali adorar, e ele se apoiar na minha mão, e eu
também me tenha de encurvar na casa de Rimom; quando assim me
encurvar na casa de Rimom, nisto perdoe o Senhor ao teu servo.
19 Eliseu lhe disse: Vai em paz.
Geazi é atacado de lepra
20 Quando Naamã já ia a uma pequena
distância, Geazi, moço de Eliseu, o homem de Deus, disse:
Eis que meu senhor poupou a este sírio Naamã, não
recebendo da mão dele coisa alguma do que trazia; vive o Senhor,
que hei de correr atrás dele, e receber dele alguma coisa.
21 Foi, pois, Geazi em alcance de Naamã. Este, vendo que
alguém corria atrás dele, saltou do carro a
encontrá-lo, e perguntou: Vai tudo bem?
22 Respondeu ele: Tudo vai bem. Meu senhor me enviou a dizer-te: Eis
que agora mesmo vieram a mim dois mancebos dos filhos dos profetas da
região montanhosa de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de
prata e duas mudas de roupa.
23 Disse Naamã: Sê servido de tomar dois talentos. E
instou com ele, e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com
duas mudas de roupa, e pô-los sobre dois dos seus moços,
os quais os levaram adiante de Geazi.
24 Tendo ele chegado ao outeiro, tomou-os das mãos deles e os
depositou na casa; e despediu aqueles homens, e eles se foram.
25 Mas ele entrou e pôs-se diante de seu amo. Então, lhe
perguntou Eliseu: Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo
não foi a parte alguma.
26 Eliseu, porém, lhe disse: Porventura não foi contigo o
meu coração, quando aquele homem voltou do seu carro ao
teu encontro? Era isto ocasião para receberes prata e roupa,
olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?
27 Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à
tua descendência para sempre. Então, Geazi saiu da
presença dele leproso, branco como a neve.
Eliseu faz flutuar um machado
6 Os filhos dos profetas disseram a
Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face é
estreito demais para nós.
2 Vamos, pois até o Jordão, tomemos de lá cada um
de nós uma viga, e ali edifiquemos para nós um lugar em
que habitemos. Respondeu ele: Ide.
3 Disse-lhe um deles: Digna-te de ir com os teus servos. E ele respondeu: Eu irei.
4 Assim, foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortavam madeira.
5 Mas sucedeu que, ao derrubar um deles uma viga, o ferro do machado caiu na água; e ele clamou, dizendo: Ai, meu senhor!
Ele era emprestado.
6 Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? E ele lhe mostrou o lugar.
Então, Eliseu cortou um pau, e o lançou ali, e fez
flutuar o ferro.
7 E disse: Tira-o. E ele estendeu a mão e o tomou.
A ação de Eliseu na guerra contra os siros
8 Ora, o rei da Síria fazia guerra a Israel; e
teve conselho com os seus servos, dizendo: Em tal e tal lugar
estará o meu acampamento.
9 E o homem de Deus mandou dizer ao rei de Israel: Guarda-te de
passares por tal lugar porque os sírios estão descendo
ali.
10 Pelo que o rei de Israel enviou tropas àquele lugar, de que o
homem de Deus lhe falara, e de que o tinha avisado, e assim se salvou.
Isso aconteceu não uma só vez, nem duas.
11 Turbou-se por causa disto o coração do rei da
Síria que chamou os seus servos, e lhes disse: Não me
fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel?
12 Respondeu um dos seus servos: Não é assim, ó
rei, meu senhor, mas o profeta Eliseu que está em Israel, faz
saber ao rei de Israel as palavras que falas na tua câmara de
dormir.
13 E ele disse: Ide e vede onde ele está, para que eu envie e
mande trazê-lo. E foi-lhe dito: Eis que está em
Dotã.
14 Então, enviou para lá cavalos, e carros, e um grande
exército, os quais vieram de noite e cercaram a cidade.
15 Tendo o moço do homem de Deus se levantado muito cedo, saiu,
e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e
carros. Então, o moço disse ao homem de Deus: Ai, meu
senhor! Que faremos?
16 Respondeu ele: Não temas; porque os que estão conosco são mais do que os que estão com eles.
17 E Eliseu orou, e disse: Ó Senhor, peço-te que lhe
abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do
moço, e ele viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e
carros de fogo em redor de Eliseu.
18 Quando os sírios desceram a ele, Eliseu orou ao Senhor, e
disse: Fere de cegueira esta gente, peço-te. E o Senhor os feriu
de cegueira, conforme o pedido de Eliseu.
19 Então, Eliseu lhes disse: Não é este o caminho,
nem é esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que
buscais. E os guiou a Samaria.
20 E sucedeu que, chegando eles a Samaria, disse Eliseu: Ó
Senhor, abre a estes os olhos para que vejam. O Senhor lhes abriu os
olhos, e viram; e eis que estavam no meio de Samaria.
21 Quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, meu pai?
22 Respondeu ele: Não os ferirás; feririas tu os que
tomasses prisioneiros com a tua espada e com o teu arco. Porém a
estes, põe-lhes diante pão e água, para que comam
e bebam, e se vão para seu senhor.
23 Preparou-lhes, pois, um grande banquete; e eles comeram e beberam;
então, ele os despediu, e foram para seu senhor. E as tropas dos
sírios desistiram de invadir a terra de Israel.
Reina fome em Samaria
24 Sucedeu, depois disto, que Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntando todo o seu exército, subiu e cercou
Samaria.
25 E houve grande fome em Samaria, porque mantiveram o cerco até
que se vendeu uma cabeça de jumento por oitenta siclos de prata,
e a quarta parte dum cabo de esterco de pombas por cinco siclos de
prata.
26 E sucedeu que, passando o rei de Israel pelo muro, uma mulher lhe gritou, dizendo: Acode-me, ó rei, meu senhor.
27 Mas ele lhe disse: Se o Senhor não te acode, donde te acudirei eu? Da eira ou do lagar?
28 Contudo, o rei lhe perguntou: Que tens? E disse ela: Esta mulher me
disse: Dá cá o teu filho, para que hoje o comamos, e
amanhã comeremos o meu filho.
29 Cozemos, pois, o meu filho e o comemos; e ao outro dia lhe disse eu:
Dá cá o teu filho para que o comamos; e ela escondeu o
seu filho.
30 Ouvindo o rei as palavras desta mulher, rasgou as suas vestes (ora,
ele ia passando pelo muro); e o povo olhou e viu que o rei trazia saco
por dentro, sobre a sua carne.
Eliseu prediz a abundância de víveres
31 Então, disse ele: Assim me faça Deus,
e outro tanto, se a cabeça de Eliseu, filho de Safate, lhe ficar
hoje sobre os ombros.
32 Estava, então, Eliseu sentado em sua casa, e também os
anciãos estavam sentados com ele, quando o rei enviou um homem
adiante de si; mas, antes que o mensageiro chegasse a Eliseu, disse
este aos anciãos: Vedes como esse filho de homicida mandou
tirar-me a cabeça? Olhai, quando vier o mensageiro, fechai a
porta, e empurrai-o para fora com a porta. Porventura não vem
após ele o ruído dos pés do seu senhor?
33 Quando Eliseu ainda estava falando com eles, eis que o mensageiro
desceu a ele; e disse: Eis que este mal vem do Senhor; por que, pois,
esperaria eu mais pelo Senhor?
7 Então, disse
Eliseu: Ouvi a palavra do Senhor; assim diz o Senhor: Amanhã,
por estas horas, haverá uma medida de farinha por um siclo, e
duas medidas de cevada por um siclo, à porta de Samaria.
2 Porém, o capitão em cujo braço o rei se apoiava
respondeu ao homem de Deus e disse: Ainda que o Senhor fizesse janelas
no céu, poderia isso suceder? Disse Eliseu: Eis que o
verás com os teus olhos, porém não comeras.
Quatro leprosos revelam a fuga dos sírios
3 Ora, quatro homens leprosos estavam à entrada
da porta; e disseram uns aos outros: Para que ficamos nós
sentados aqui até morrermos?
4 Se dissermos: Entremos na cidade; há fome na cidade, e
morreremos aí; e se ficarmos sentados aqui, também
morreremos. Vamo-nos, pois, agora e passemos para o arraial dos
sírios; se eles nos deixarem viver, viveremos; e se nos matarem,
tão somente morreremos.
5 Levantaram-se, pois, ao crepúsculo, para irem ao arraial dos
sírios; e, chegando eles à entrada do arraial, eis que
não havia ali ninguém.
6 Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos sírios um
ruído de carros e de cavalos, como de um grande exército;
de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou
contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios,
para virem sobre nós.
7 Pelo que se levantaram e fugiram, ao crepúsculo; deixaram as
suas tendas, os seus cavalos e os seus jumentos, isto é, o
arraial tal como estava, e fugiram para salvarem as suas vidas.
8 Chegando, pois, estes leprosos à entrada do arraial, entraram
numa tenda, comeram e beberam; e tomando dali prata, ouro e vestidos,
foram e os esconderam; depois voltaram, entraram em outra tenda, e dali
também tomaram alguma coisa e a esconderam.
9 Então, disseram uns aos outros: Não fazemos bem; este
dia é dia de boas novas, e nós nos calamos. Se esperarmos
até a luz da manhã, algum castigo nos sobrevirá;
vamos, pois, agora e o anunciemos à casa do rei.
10 Vieram, pois, bradaram aos porteiros da cidade, e lhes anunciaram,
dizendo: Fomos ao arraial dos sírios e eis que lá
não havia ninguém, nem voz de homem, porém
só os cavalos e os jumentos atados, e as tendas como estavam.
11 Assim, chamaram os porteiros, e estes o anunciaram dentro da casa do rei.
12 E o rei se levantou de noite, e disse a seus servos: Eu vos direi o
que é que os sírios nos fizeram. Bem sabem eles que
estamos esfaimados; pelo que saíram do arraial para se
esconderem no campo, dizendo: Quando saírem da cidade,
então, os tomaremos vivos e entraremos na cidade.
13 Então, um dos seus servos respondeu, dizendo: Tomem-se, pois,
cinco dos cavalos do resto que ficou aqui dentro (eis que eles
estão como toda a multidão dos israelitas que ficaram
aqui de resto, e que se vêm extenuando), e enviemo-los e vejamos.
14 Tomaram, pois, dois carros com cavalos; e o rei os enviou com
mensageiros após o exército dos sírios,
dizendo-lhe: Ide, e vede.
15 E foram após ele até o Jordão; e eis que todo o
caminho estava cheio de roupas e de objetos que os sírios, na
sua precipitação, tinham lançado fora; e voltaram
os mensageiros, e o anunciaram ao rei.
Cumpriu-se a profecia de Eliseu
16 Então, saiu o povo e saqueou o arraial dos
sírios. Assim, houve uma medida de farinha por um siclo e duas
medidas de cevada por um siclo, conforme a palavra do Senhor.
17 O rei pusera à porta o capitão em cujo braço
ele se apoiava; e o povo o atropelou na porta, de sorte que morreu,
como falara o homem de Deus quando o rei descera a ter com ele.
18 Porque, quando o homem de Deus falara ao rei, dizendo:
Amanhã, por estas horas, haverá duas medidas de cevada
por um siclo, e uma medida de farinha por um siclo, à porta de
Samaria,
19 aquele capitão respondera ao homem de Deus: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu poderia isso suceder?
E ele dissera: Eis que o verás com os teus olhos, porém não comerás.
20 E assim foi; pois o povo o atropelou à porta, e ele morreu.
Restaurados os bens da sunamita
8 Ora, Eliseu havia falado àquela
mulher cujo filho ele ressuscitara, dizendo: Levanta-te e vai, tu e a
tua família, e peregrina onde puderes peregrinar; porque o
Senhor chamou a fome, e ela virá sobre a terra por sete anos.
2 A mulher, pois, levantou-se e fez conforme a palavra do homem de
Deus; foi com a sua família, e peregrinou na terra dos filisteus
sete anos.
3 Ao cabo dos sete anos, a mulher voltou da terra dos filisteus, e saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras.
4 Ora, o rei falava a Geazi, o moço do homem de Deus, dizendo:
Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito.
5 E sucedeu que, contando ele ao rei como Eliseu ressuscitara aquele
que estava morto, eis que a mulher cujo filho ressuscitara veio clamar
ao rei pela sua casa e pelas suas terras. Então, disse Geazi:
Ó rei, meu senhor, esta é a mulher, e este, o seu filho a
quem Eliseu ressuscitou.
6 O rei interrogou a mulher, e ela lhe contou o caso. Então, o
rei lhe designou um oficial, ao qual disse: Faze restituir-lhe tudo
quanto era seu, e todas as rendas das terras desde o dia em que deixou
o país até agora.
Eliseu e Hazael de Damasco
7 Depois, veio Eliseu a Damasco. E estando Ben-Hadade,
rei da Síria, doente, lho anunciaram, dizendo: O homem de Deus
chegou aqui.
8 Então, o rei disse a Hazael: Toma um presente na tua
mão, vai encontrar-te com o homem de Deus e por meio dele
consulta ao Senhor, dizendo: Sararei eu desta doença?
9 Foi, pois, Hazael encontrar-se com ele, e levou consigo um presente,
a saber, quarenta camelos carregados de tudo o que havia de bom em
Damasco. Ao chegar, apresentou-se a ele e disse: Teu filho Ben-Hadade,
rei da Síria, enviou-me a ti para perguntar: sararei eu desta
doença?
10 Respondeu-lhe Eliseu: Vai e dize-lhe: Hás de sarar. Contudo, o Senhor me mostrou que ele morrerá.
11 E olhou para Hazael, fitando nele os olhos até que este ficou confundido; e o homem de Deus chorou.
12 Então, disse Hazael: Por que meu senhor está chorando?
E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de
Israel: Porás fogo às suas fortalezas, matarás
à espada os seus mancebos, despedaçarás os seus
pequeninos e fenderás as suas mulheres grávidas.
13 Ao que disse Hazael: Que é o teu servo, que não
é mais do que um cão, para fazer tão grande coisa?
Respondeu Eliseu: O Senhor mostrou-me que tu hás de ser rei da
Síria.
14 Então, apartou-se de Eliseu, e voltou ao seu senhor, o qual
lhe perguntou: Que te disse Eliseu? Respondeu ele: Disse-me que
certamente sararás.
15 Ao outro dia Hazael tomou um cobertor, molhou-o na água e o
estendeu sobre o rosto do rei, de modo que este morreu. E Hazael reinou
em seu lugar.
O reinado de Jeorão
16 Ora, no ano quinto de Jorão, filho de Acabe,
rei de Israel, Jeorão, filho de Josafá, rei de
Judá, começou a reinar.
17 Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém.
18 E andou no caminho dos reis de Israel, como também fizeram os
da casa de Acabe, porque tinha por mulher a filha de Acabe; e fez o que
era mau aos olhos do Senhor.
19 Todavia o Senhor não quis destruir a Judá, por causa
de Davi, seu servo, porquanto lhe havia prometido que lhe daria uma
lâmpada, a ele e a seus filhos, para sempre.
20 Nos seus dias, os edomitas se rebelaram contra o domínio de Judá, e constituíram um rei para si.
21 Pelo que Jeorão passou a Zair, com todos os seus carros; e
ele se levantou de noite, com os chefes dos carros, e feriu os edomitas
que o haviam cercado; mas o povo fugiu para as suas tendas.
22 Assim, os edomitas ficaram rebelados contra o domínio de
Judá até o dia de hoje. Também Libna se rebelou
nesse mesmo tempo.
23 O restante dos atos de Jeorão, e tudo quanto fez, porventura
não estão escritos no livro das crônicas de
Judá?
24 Jeorão dormiu com seus pais, e foi sepultado junto a eles na
cidade de Davi. E Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Acazias
25 No ano doze de Jorão, filho de Acabe, rei de
Israel, começou a reinar Acazias, filho de Jeorão, rei de
Judá.
26 Acazias tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e
reinou um ano em Jerusalém. O nome de sua mãe era Atalia;
era neta de Onri, rei de Israel.
27 Ele andou no caminho da casa de Acabe, e fez o que era mau aos olhos
do Senhor, como a casa de Acabe, porque era genro de Acabe.
28 Ora, ele foi com Jorão, filho de Acabe, a Ramote-Gileade, a
pelejar contra Hazael, rei da Síria; e os sírios feriram
a Jorão.
29 Então, voltou o rei Jorão para se curar em Jizreel das
feridas que os sírios lhe fizeram em Ramá, quando pelejou
contra Hazael, rei da Síria; e desceu Acazias, filho de
Jeorão, rei de Judá, para ver Jorão, filho de
Acabe, em Jizreel, porquanto estava doente.
Jeú é ungido rei de Israel
9 Depois, o profeta Eliseu chamou um dos
filhos dos profetas e lhe disse: Cinge os teus lombos, toma na
mão este vaso de azeite e vai a Ramote-Gileade;
2 quando lá chegares, procura a Jeú, filho de
Josafá, filho de Ninsi; entra, faze que ele se levante do meio
de seus irmãos, e leva-o para uma câmara interior.
3 Toma, então, o vaso de azeite, derrama-o sobre a sua
cabeça, e dize: Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre Israel.
Então, abre a porta, foge e não te detenhas.
4 Foi, pois, o jovem profeta, a Ramote-Gileade.
5 E quando chegou, eis que os chefes do exército estavam
sentados ali; e ele disse: Chefe, tenho uma palavra para te dizer. E
Jeú perguntou: A qual de todos nós? Respondeu ele: A ti,
chefe!
6 Então, Jeú se levantou, e entrou na casa; e o mancebo
derramou-lhe o azeite sobre a cabeça, e lhe disse: Assim diz o
Senhor, Deus de Israel: Ungi-te rei sobre o povo do Senhor, sobre
Israel.
7 Ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue da
mão de Jezabel o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue
de todos os servos do Senhor.
8 Pois toda a casa de Acabe perecerá; e destruirei de Acabe todo
filho varão, tanto o escravo como o livre em Israel.
9 Porque hei de fazer a casa de Acabe como a casa de Jeroboão,
filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías.
10 Os cães comerão a Jezabel no campo de Jizreel;
não haverá quem a enterre. Então, o mancebo abriu
a porta e fugiu.
11 Saiu, então, Jeú aos servos de seu senhor; e um lhe
perguntou: Vai tudo bem? Por que veio a ti esse louco? E ele lhes
respondeu: Bem conheceis o homem e o seu falar.
12 Mas eles replicaram. É mentira; dize-no-lo, pedimos-te. Ao
que disse Jeú: Assim e assim ele me falou, dizendo: Assim diz o
Senhor: Ungi-te rei sobre Israel.
13 Então, se apressaram, e cada um tomou a sua capa e a
pôs debaixo dele, no mais alto degrau; e tocaram a buzina, e
disseram: Jeú reina!
Jeú mata a Jorão e Acazias
14 Assim Jeú, filho de Josafá, filho de
Ninsi, conspirou contra Jorão. (Ora, tinha Jorão cercado
a Ramote-Gileade, ele e todo o Israel, por causa de Hazael, rei da
Síria;
15 porém o rei Jorão tinha voltado para se curar em
Jizreel das feridas que os sírios lhe fizeram, quando pelejou
contra Hazael, rei da Síria.) E disse Jeú: Se isto
é o vosso parecer, ninguém escape nem saia da cidade para
ir dar a nova em Jizreel.
16 Então, Jeú subiu a um carro, e foi a Jizreel; porque
Jorão estava acamado ali; e também Acazias, rei de
Judá, descera para ver Jorão.
17 O atalaia que estava na torre de Jizreel viu a tropa de Jeú,
que vinha e disse: Vejo uma tropa. Disse Jorão: Toma um
cavaleiro, e envia-o ao seu encontro a perguntar: Há paz?
18 E o cavaleiro lhe foi ao encontro, e disse: Assim diz o rei:
Há paz? Respondeu Jeú: Que tens tu que fazer com a paz?
Passa para trás de mim. E o atalaia deu aviso, dizendo: Chegou a
eles o mensageiro, porém não volta.
19 Então, Jorão enviou outro cavaleiro; e, chegando este
a eles, disse: Assim diz o rei: Há paz? Respondeu Jeú:
Que tens tu que fazer com a paz? Passa para trás de mim.
20 E o atalaia deu aviso, dizendo: Também este chegou a eles,
porém não volta; e o andar se parece com o andar de
Jeú, filho de Ninsi, porque anda furiosamente.
21 Disse Jorão: Aparelha-me o carro! E lho aparelharam. Saiu
Jorão, rei de Israel, com Acazias, rei de Judá, cada um
em seu carro para irem ao encontro de Jeú, e o encontraram no
campo de Nabote, o jizreelita.
22 E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, perguntou: Há
paz, Jeú? Respondeu ele: Que paz, enquanto as
prostituições da tua mãe Jezabel e as suas
feitiçarias são tantas?
23 Então, Jorão deu volta, e fugiu, dizendo a Acazias: Há traição, Acazias!
24 Mas Jeú, entesando o seu arco com toda a força, feriu
Jorão entre as espáduas, e a flecha lhe saiu pelo
coração; e ele caiu no seu carro.
25 Disse, então, Jeú a Bidcar, seu ajudante: Levanta-o, e
lança-o no campo da herança de Nabote, o jizreelita; pois
lembra-te de indo eu e tu juntos a cavalo após seu pai, Acabe, o
Senhor pôs sobre ele esta sentença, dizendo:
26 Certamente vi ontem o sangue de Nabote e o sangue de seus filhos,
diz o Senhor; e neste mesmo campo te retribuirei, diz o Senhor. Agora,
pois, levanta-o, e lança-o neste campo, conforme a palavra do
Senhor.
27 Quando Acazias, rei de Judá, viu isto, fugiu pelo caminho da
casa do jardim. E Jeú o perseguiu, dizendo: A este
também! Matai-o! Então, o feriram no carro, à
subida de Gur, que está junto a Ibleão; mas ele fugiu
para Megido, e ali morreu.
28 E seus servos o levaram num carro a Jerusalém, e o sepultaram na sua sepultura junto a seus pais, na cidade de Davi.
29 Ora, Acazias começara a reinar sobre Judá no ano undécimo de Jorão, filho de Acabe.
A morte de Jezabel
30 Depois, Jeú veio a Jizreel; o que ouvindo
Jezabel, pintou-se em volta dos olhos, e enfeitou a sua cabeça,
e olhou pela janela.
31 Quando Jeú entrava pela porta, disse ela: Teve paz Zinri, que matou a seu senhor?
32 Ao que ele levantou o rosto para a janela e disse: Quem é comigo? Quem? E dois ou três eunucos olharam para ele.
33 Então, disse ele: Lançai-a daí abaixo. E
lançaram-na abaixo; e foram salpicados com o sangue dela a
parede e os cavalos; e ele a atropelou.
34 E tendo ele entrado, comeu e bebeu; depois disse: Olhai por aquela maldita, e sepultai-a, porque é filha de rei.
35 Foram, pois, para a sepultar; porém não acharam dela
senão a caveira, os pés e as palmas das mãos.
36 Então voltaram, e lho disseram. Pelo que ele disse: Esta
é a palavra do Senhor, que ele falou por intermédio de
Elias, o tisbita, seu servo, dizendo: No campo de Jizreel os
cães comerão a carne de Jezabel,
37 e o seu cadáver será como esterco sobre o campo, na
herdade de Jizreel; de modo que não se poderá dizer: Esta
é Jezabel.
Jeú extermina a casa de Acabe
10
Ora, Acabe tinha setenta filhos em Samaria. E Jeú escreveu cartas, e as enviou a
Samaria, aos chefes de Jizreel, aos anciãos, e aos aios dos filhos de Acabe, dizendo:
2 Logo que vos chegar esta carta, visto que estão convosco os
filhos de vosso senhor, como também carros, e cavalos, e uma
cidade fortificada, e armas,
3 escolhei o melhor e mais reto dos filhos de vosso senhor, ponde-o
sobre o trono de seu pai, e pelejai pela casa de vosso senhor.
4 Eles, porém, temeram muitíssimo, e disseram: Eis que
dois reis não lhe puderam resistir; como, pois, poderemos
nós resistir-lhe?
5 Então, o que tinha cargo da casa, o que tinha cargo da cidade,
os anciãos e os aios mandaram dizer a Jeú: Nós
somos teus servos, e tudo quanto nos ordenares faremos; a homem algum
constituiremos rei. Faze o que parecer bem aos teus olhos.
6 Depois, lhes escreveu outra carta, dizendo: Se sois comigo, e se
quereis ouvir a minha voz, tomai as cabeças dos homens, filhos
de vosso senhor, e amanhã a estas horas vinde ter comigo a
Jizreel. Ora, os filhos do rei, que eram setenta, estavam com os
grandes da cidade, que os criavam.
7 Sucedeu, pois, que, chegada a eles a carta, tomaram os setenta filhos
do rei e os mataram; puseram as cabeças deles nuns cestos, e
lhas mandaram a Jizreel.
8 Veio um mensageiro e lhe anunciou, dizendo: Trouxeram as
cabeças dos filhos do rei. E ele disse: Ponde-as em dois
montões à entrada da porta, até pela manhã.
9 Ao sair ele pela manhã, parou, e disse a todo o povo:
Vós sois justos; eis que eu conspirei contra o meu senhor, e o
matei; mas quem feriu a todos estes?
10 Sabei, pois, agora que, da palavra do Senhor, que o Senhor falou
contra a casa de Acabe, nada cairá em terra; porque o Senhor tem
feito o que falou por intermédio de seu servo Elias.
11 E Jeú feriu todos os restantes da casa de Acabe em Jizreel,
como também a todos os seus grandes, os seus amigos
íntimos, e os seus sacerdotes, até não lhe deixar
ficar nenhum de resto.
12 Então, Jeú se levantou e partiu para ir a Samaria. E, estando no caminho, em Bete-Equede dos pastores,
13 encontrou-se com os irmãos de Acazias, rei de Judá, e
perguntou: Quem sois vós? Responderam eles: Somos os
irmãos de Acazias; e descemos a saudar os filhos do rei e os
filhos da rainha.
14 Então, disse ele: Apanhai-os vivos. E eles os apanharam
vivos, quarenta e dois homens, e os mataram junto ao poço de
Bete-Equede, e a nenhum deles deixou de resto.
Jeú encontra Jonadabe
15 E, partindo dali, encontrou-se com Jonadabe, filho
de Recabe, que lhe vinha ao encontro, ao qual saudou e lhe perguntou: O
teu coração é sincero para comigo como o meu o
é para contigo? Respondeu Jonadabe: É. Então, se
é, disse Jeú, dá-me a tua mão. E ele lhe
deu a mão; e Jeú fê-lo subir consigo ao carro,
16 e disse: Vem comigo, e vê o meu zelo para com o Senhor. E fê-lo sentar consigo no carro.
17 Quando Jeú chegou a Samaria, feriu a todos os que restavam de Acabe em
Samaria, até os destruir, conforme a palavra que o Senhor dissera a Elias.
Jeú mata os adoradores de Baal
18 Depois, ajuntou Jeú todo o povo, e
disse-lhe: Acabe serviu pouco a Baal; Jeú, porém, muito o
servirá.
19 Pelo que chamai agora à minha presença todos os
profetas de Baal, todos os seus servos e todos os seus sacerdotes;
não falte nenhum, porque tenho um grande sacrifício a
fazer a Baal; aquele que faltar não viverá. Jeú,
porém, fazia isto com astúcia, para destruir os
adoradores de Baal.
20 Disse mais Jeú: Consagrai a Baal uma assembleia solene. E eles a apregoaram.
21 Também Jeú enviou mensageiros por todo o Israel; e
vieram todos os adoradores de Baal, de modo que não ficou deles
homem algum que não viesse. E entraram na casa de Baal, e
encheu-se a casa de Baal, de um lado a outro.
22 Então, disse ao que tinha a seu cargo as vestimentas: Tira
vestimentas para todos os adoradores de Baal. E eles lhes tirou para
fora as vestimentas.
23 E entrou Jeú com Jonadabe, filho de Recabe, na casa de Baal, e disse
aos adoradores de Baal: Examinai, e vede bem, que porventura não haja
entre vós algum servo do Senhor, mas somente os adoradores de Baal.
24 Assim, entraram para oferecer sacrifícios e holocaustos. Ora,
Jeú tinha posto de prontidão do lado de fora oitenta
homens, e lhes tinha dito: Aquele que deixar escapar algum dos homens
que eu vos entregar nas mãos, pagará com a própria
vida a vida dele.
25 Sucedeu, pois, que, acabando de fazer o holocausto, disse Jeú
aos da sua guarda, e aos oficiais: Entrai e matai-os! Não escape
nenhum! Então, os feriram ao fio da espada; e os da guarda e os
oficiais os lançaram fora e, entrando no santuário da
casa de Baal,
26 tiraram as colunas que nela estavam, e as queimaram.
27 Também quebraram a coluna de Baal, e derrubaram a casa de
Baal, fazendo dela uma latrina, como é até o dia de hoje.
28 Assim, Jeú exterminou de Israel a Baal.
29 Todavia Jeú não se apartou dos pecados de
Jeroboão, filho de Nebate, com que fez Israel pecar, a saber,
dos bezerros de ouro, que estavam em Betel e em Dã.
30 Ora, disse o Senhor a Jeú: Porquanto executaste bem o que
é reto aos meus olhos, e fizeste à casa de Acabe conforme
tudo quanto eu tinha no meu coração, teus filhos
até a quarta geração se assentarão no trono
de Israel.
31 Mas Jeú não teve o cuidado de andar de todo o seu
coração na lei do Senhor, Deus de Israel, nem se apartou
dos pecados de Jeroboão, com os quais este fez Israel pecar.
A morte de Jeú
32 Naqueles dias, começou o Senhor a diminuir os termos de Israel. Hazael feriu a Israel em todas as suas fronteiras,
33 desde o Jordão para o nascente do sol, a toda a terra de
Gileade, aos gaditas, aos rubenitas e aos manassitas, desde Aroer, que
está junto ao ribeiro de Arnom, por toda a Gileade e Basã.
34 Ora, o restante dos atos de Jeú, e tudo quanto fez, e todo o
seu poder, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Israel?
35 Jeú dormiu com seus pais, e o sepultaram em Samaria. Em seu lugar reinou seu filho Jeoacaz.
36 Os dias que Jeú reinou sobre Israel em Samaria foram vinte e oito anos.
Atalaia usurpa o trono de Judá
11
Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se, e destruiu toda a descendência real.
2 Mas Jeoseba, filha do rei Jorão, irmã de Acazias, tomou
a Joás, filho de Acazias, furtando-o dentre os filhos do rei,
aos quais matavam na recâmara, e o escondeu de Atalia, a ele e
à sua ama, de sorte que não o mataram.
3 E esteve com ela escondido na casa do Senhor seis anos; e Atalia reinava sobre o país.
Joás ungido rei de Judá
4 No sétimo ano, porém, Joiada mandou
chamar os centuriões dos caritas e os oficiais da guarda, e
fê-los entrar consigo na casa do Senhor; e fez com eles um pacto
e, ajuramentando-os na casa do Senhor, mostrou-lhes o filho do rei.
5 Então, lhes ordenou, dizendo: Eis aqui o que haveis de fazer:
uma terça parte de vós, os que entrais no sábado,
fará a guarda da casa do rei;
6 outra terça parte estará à porta Sur; e a outra
terça parte à porta detrás dos da guarda. Assim,
fareis a guarda desta casa, afastando a todos.
7 As duas companhias, a saber, todos os que saem no sábado, farão a guarda da casa do Senhor junto ao rei;
8 e rodeareis o rei, cada um com as suas armas na mão, e aquele
que entrar dentro das fileiras, seja morto; e estai vós com o
rei quando sair e quando entrar.
9 Fizeram, pois, os centuriões conforme tudo quanto ordenara o
sacerdote Joiada; e tomando cada um os seus homens, tanto os que
entravam no sábado como os que saíam no sábado,
vieram ter com o sacerdote Joiada.
10 O sacerdote entregou aos centuriões as lanças e os
escudos que haviam sido do rei Davi, e que estavam na casa do Senhor.
11 E os da guarda, cada um com as armas na mão, se puseram em
volta do rei, desde o lado direito da casa até o lado esquerdo,
ao longo do altar e da casa.
12 Então, Joiada lhes apresentou o filho do rei, pôs-lhe a
coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei e o ungiram e, batendo
palmas, clamaram: Viva o rei!
A morte de Atalaia
13 Quando Atalia ouviu o vozerio da guarda e do povo, foi ter com o povo na casa do Senhor;
14 e olhou, e eis que o rei estava junto à coluna, conforme o
costume, e os capitães e os trombeteiros junto ao rei; e todo o
povo da terra se alegrava e tocava trombetas. Então, Atalia
rasgou os seus vestidos, e clamou: Traição!
Traição!
15 Então Joiada, o sacerdote, deu ordem aos centuriões
que comandavam as tropas, dizendo-lhes: Tirai-a para fora por entre as
fileiras, e a quem a seguir, matai-o à espada. Pois o sacerdote
dissera: Não seja ela morta na casa do Senhor.
16 E lançaram-lhe as mãos e ela foi pelo caminho da entrada dos cavalos à casa do rei, e ali a mataram.
A aliança de Joiada
17 Ora, Joiada firmou um pacto entre o Senhor e o rei
e o povo, pelo qual este seria o povo do Senhor; como também
firmou pacto entre o rei e o povo.
18 Então, todo o povo da terra entrou na casa de Baal, e a
derrubaram; como também os seus altares, e as suas imagens,
totalmente quebraram; e a Matã, sacerdote de Baal, mataram
diante dos altares. Também o sacerdote pôs vigias sobre a
casa do Senhor.
19 E tomou os centuriões, os caritas, a guarda, e todo o povo da
terra; e conduziram da casa do Senhor o rei, e foram pelo caminho da
porta da guarda, à casa do rei; e ele se assentou no trono dos
reis.
20 E todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz, depois
que mataram Atalia à espada, junto à casa do rei.
21 Joás tinha sete anos quando começou a reinar.
O reinado de Joás
12 Foi no ano sétimo de Jeú
que Joás começou a reinar, e reinou quarenta anos em
Jerusalém. O nome de sua mãe era Zíbia, de Berseba.
2 E Joás fez o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias em que o sacerdote Joiada o instruiu.
3 Contudo, os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.
4 Disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas
consagradas que se trouxer à casa do Senhor, o dinheiro daquele
que passa o arrolamento, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo a
sua avaliação, e todo o dinheiro que cada um trouxer
voluntariamente para a casa do Senhor,
5 recebam-no os sacerdotes, cada um dos seus conhecidos, e reparem os estragos da casa, todo estrago que se achar nela.
6 Sucedeu, porém, que, no vigésimo terceiro ano do rei
Joás, os sacerdotes ainda não tinham reparado os estragos
da casa.
7 Então, o rei Joás chamou o sacerdote Joiada e os demais
sacerdotes, e lhes disse: Por que não reparais os estragos da
casa? Agora, pois, não tomeis mais dinheiro de vossos
conhecidos, mas entregai-o para o reparo dos estragos da casa.
8 E consentiram os sacerdotes em não tomarem mais dinheiro do
povo, e em não mais serem os encarregados de reparar os estragos
da casa.
9 Mas o sacerdote Joiada tomou uma arca, fez um buraco na tampa, e a
pôs ao pé do altar, à mão direita de quem
entrava na casa do Senhor. E os sacerdotes que guardavam a entrada
metiam ali todo o dinheiro que se trazia à casa do Senhor.
10 Sucedeu, pois, que, vendo eles que já havia muito dinheiro na
arca, o escrivão do rei e o sumo sacerdote vinham, e ensacavam e
contavam o dinheiro que se achava na casa do Senhor.
11 E entregavam o dinheiro, depois de pesado, nas mãos dos que
faziam a obra e que tinham a seu cargo a casa do Senhor; e eles o
distribuíam aos carpinteiros, e aos edificadores que reparavam a
casa do Senhor;
12 como também aos pedreiros e aos cabouqueiros; e para se
comprar madeira e pedras de cantaria a fim de repararem os estragos da
casa do Senhor, e para tudo quanto exigia despesa para se reparar a
casa.
13 Todavia, do dinheiro que se trazia à casa do Senhor,
não se faziam nem taças de prata, nem espevitadeiras, nem
bacias, nem trombetas, nem vaso algum de ouro ou de prata para a casa
do Senhor;
14 porque o davam aos que faziam a obra, os quais reparavam com ele a casa do Senhor.
15 E não se tomavam contas aos homens em cujas mãos
entregavam aquele dinheiro para o dar aos que faziam a obra, porque
eles se haviam com fidelidade.
16 Mas o dinheiro das ofertas pela culpa, e o dinheiro das ofertas pelo
pecado, não se trazia à casa do Senhor; era para os
sacerdotes.
17 Então, subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra
Gate, e a tomou. Depois, Hazael virou o rosto para marchar contra
Jerusalém.
18 Pelo que Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas
consagradas que Josafá, Jeorão e Acazias, seus pais, reis
de Judá, tinham consagrado, e tudo o que ele mesmo tinha
oferecido, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da
casa do Senhor e na casa do rei, e o mandou a Hazael, rei da
Síria, o qual se desviou de Jerusalém.
19 Ora, o restante dos atos de Joás, e tudo quanto fez,
porventura não estão escritos no livro das crônicas
dos reis de Judá?
A conspiração contra o rei Joás
20 Levantaram-se os servos de Joás e,
conspirando contra ele, o feriram na casa de Milo, junto ao caminho que
desce para Sila.
21 Foram Jozacar, filho de Simeate, e Jozabade, filho de Somer, seus
servos que o feriram, e ele morreu. Sepultaram-no com seus pais na
cidade de Davi. E Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Jeoacaz
13 No vigésimo terceiro ano de
Joás, filho de Acazias, rei de Judá, começou a
reinar Jeoacaz, filho de Jeú, sobre Israel, em Samaria, e reinou
dezessete anos.
2 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, porque seguiu os pecados de
Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar;
não se apartou deles.
3 Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel; e o entregou
continuadamente na mão de Hazael, rei da Síria, e na
mão de Ben-Hadade, filho de Hazael.
4 Jeoacaz, porém, suplicou diante da face do Senhor; e o Senhor
o ouviu, porque viu a opressão com que o rei da Síria
oprimia a Israel,
5 pelo que o Senhor deu um libertador a Israel, de modo que saiu de sob
a mão dos sírios; e os filhos de Israel habitaram nas
suas tendas, como dantes.
6 Contudo, não se apartaram dos pecados da casa de Jeroboão, com os quais ele
fizera Israel pecar, porém andaram neles; e também a Asera ficou em pé em
Samaria.
7 Porque, de todo o povo, não deixara a Jeoacaz mais que
cinquenta cavaleiros, dez carros e dez mil homens de infantaria;
porquanto o rei da Síria os tinha destruído e os tinha
feito como o pó da eira.
8 Ora, o restante dos atos de Jeoacaz, e tudo quanto fez, e o seu
poder, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Israel?
9 E Jeoacaz dormiu com seus pais; e o sepultaram em Samaria. E Jeoás, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Jeoás
10 No ano trinta e sete de Joás, rei de
Judá, começou a reinar Jeoás, filho de Jeoacaz,
sobre Israel, em Samaria, e reinou dezesseis anos.
11 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; não se apartou de
nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais
ele fizera Israel pecar, porém andou neles.
12 Ora, o restante dos atos de Jeoás, e tudo quanto fez, e o seu
poder, com que pelejou contra Amazias, rei de Judá, porventura
não estão escritos no livro das crônicas dos reis
de Israel?
13 Jeoás dormiu com seus pais, e Jeroboão se assentou no seu trono. Jeoás foi sepultado em
Samaria, junto aos reis de Israel.
A profecia final e morte de Eliseu
14 Estando Eliseu doente da enfermidade de que morreu,
Jeoás, rei de Israel, desceu a ele e, chorando sobre ele
exclamou: Meu pai, meu pai! Carro de Israel, e seus cavaleiros!
15 E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E ele tomou um arco e flechas.
16 Então, Eliseu disse ao rei de Israel: Põe a mão
sobre o arco. E ele o fez. Eliseu pôs as suas mãos sobre
as do rei,
17 e disse: Abre a janela para o oriente. E ele a abriu. Então,
disse Eliseu: Atira. E ele atirou. Prosseguiu Eliseu: A flecha do
livramento do Senhor é a flecha do livramento contra os
sírios; porque ferirás os sírios em Afeque
até os consumir.
18 Disse mais: Toma as flechas. E ele as tomou. Então, disse ao
rei de Israel: Fere a terra. E ele a feriu três vezes, e cessou.
19 Ao que o homem de Deus se indignou muito contra ele, e disse: Cinco
ou seis vezes a deverias ter ferido; então, feririas os
sírios até os consumir; porém agora só
três vezes ferirás os sírios.
20 Depois, morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiam a terra à entrada do ano.
21 E sucedeu que, estando alguns a enterrarem um homem, viram uma
dessas tropas, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu. Logo
que ele tocou os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus
pés.
22 Hazael, rei da Síria, oprimiu a Israel todos os dias de Jeoacaz.
23 O Senhor, porém, teve misericórdia deles, e se
compadeceu deles, e se tornou para eles, por amor do seu pacto com
Abraão, Isaque e Jacó; e não os quis destruir nem
lançá-los da sua presença
24 Ao morrer Hazael, rei da Síria, Ben-Hadade, seu filho, reinou em seu lugar.
25 E Jeoás, filho de Jeoacaz, retomou das mãos de
Ben-Hadade, filho de Hazael, as cidades que este havia tomado das
mãos de Jeoacaz, seu pai, na guerra; três vezes
Jeoás o feriu, e recuperou as cidades de Israel.
O reinado de Amazias, de Judá
14 No segundo ano de Jeoás, filho
de Jeoacaz, rei de Israel, começou a reinar Amazias, filho de
Joás, rei de Judá.
2 Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou
vinte e nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era
Jeoadã, de Jerusalém.
3 E fez o que era reto aos olhos do Senhor, ainda que não como
seu pai Davi; fez, porém, conforme tudo o que fizera
Joás, seu pai.
4 Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.
5 Sucedeu que, logo que o reino foi confirmado na sua mão, matou aqueles seus servos que haviam matado o rei, seu pai;
6 porém os filhos dos assassinos não matou, segundo o que
está escrito no livro da lei de Moisés, conforme o Senhor
deu ordem, dizendo: Não serão mortos os pais por causa
dos filhos, nem os filhos por causa dos pais; mas cada um será
morto pelo seu próprio pecado.
Amazias vence os edomitas
7 Também matou dez mil edomitas no Vale do Sal,
e tomou em batalha a sela; e chamou o seu nome Jocteel, nome que
conserva até hoje.
Amazias derrotado por Jeoás
8 Então, Amazias enviou mensageiros a
Jeoás, filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de Israel,
dizendo: Vem, vejamo-nos face a face.
9 Mandou, porém, Jeoás, rei de Israel, dizer a Amazias,
rei de Judá: O cardo que estava no Líbano mandou dizer ao
cedro que estava no Líbano: Dá tua filha por mulher a meu
filho. Mas uma fera que estava no Líbano passou e pisou o cardo.
10 Na verdade, feriste Edom, e o teu coração se
ensoberbeceu; gloria-te disso, e fica em tua casa; pois, por que te
entremeterias no mal, para caíres tu, e Judá contigo?
11 Amazias, porém, não o quis ouvir. De modo que
Jeoás, rei de Israel, subiu; e ele e Amazias, rei de
Judá, viram-se face a face, em Bete-Semes, que está em
Judá.
12 Então, Judá foi derrotado diante de Israel, e fugiu cada um para a sua tenda.
13 E Jeoás, rei de Israel, aprisionou Amazias, rei de
Judá, filho de Joás, filho de Acazias, em Bete-Semes e,
vindo a Jerusalém, rompeu o seu muro desde a porta de Efraim
até a porta da esquina, quatrocentos côvados.
14 E tomou todo o ouro e a prata e todos os vasos que se achavam na
casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei, como também
reféns, e voltou para Samaria.
A morte de Jeoás, rei de Israel
15 Ora, o restante dos atos de Jeoás, o que
fez, e o seu poder, e como pelejou contra Amazias, rei de Judá,
porventura não estão escritos no livro das crônicas
dos reis de Israel?
16 E dormiu Jeoás com seus pais, e foi sepultado em Samaria,
junto aos reis de Israel. Jeroboão, seu filho, reinou em seu
lugar.
A morte de Amazias, rei de Judá
17 Amazias, filho de Joás, rei de Judá,
viveu quinze anos depois da morte de Jeoás, filho de Jeoacaz,
rei de Israel.
18 Ora, o restante dos atos de Amazias, porventura não
está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
19 Conspiraram contra ele em Jerusalém, e ele fugiu para Laquis;
porém enviaram após ele até Laquis, e lá o
mataram.
20 Então, o trouxeram sobre cavalos; e ele foi sepultado em Jerusalém, junto a seus pais, na cidade de Davi.
21 E todo o povo de Judá tomou a Azarias, que tinha dezesseis anos, e fê-lo rei em lugar de Amazias, seu pai.
22 Ele edificou a Elate, e a restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais.
O reinado de Jeroboão II, de Israel
23 No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em
Samaria Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos.
24 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; não se apartou de
nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais
ele fizera Israel pecar.
25 Foi ele que restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada de
Hamate até o mar da Arabá, conforme a palavra que o
Senhor, Deus de Israel, falara por intermédio de seu servo
Jonas, filho do profeta Amitai, de Gate-Hefer.
26 Porque viu o Senhor que a aflição de Israel era muito
amarga, e que não restava nem escravo, nem livre, nem quem
socorresse a Israel.
27 E ainda não falara o Senhor em apagar o nome de Israel de
debaixo do céu; porém o livrou por meio de
Jeroboão, filho de Jeoás.
28 Ora, o restante dos atos de
Jeroboão, e tudo quanto fez o seu poder, como pelejou e como
reconquistou para Israel Damasco e Hamate, que tinham sido de
Judá, porventura não estão escritos no livro das
crônicas de Israel?
29 E Jeroboão dormiu com seus pais, os reis de Israel. E Zacarias, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Azarias, de Judá
15
No ano vinte e sete de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amazias, rei de Judá.
2 Tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou
cinquenta e dois anos, em Jerusalém. O nome de sua mãe
era Jecolia, de Jerusalém.
3 E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai.
4 Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.
Azarias é atacado de lepra
5 E o Senhor feriu o rei, de modo que ficou leproso
até o dia da sua morte; e habitou numa casa separada; e
Jotão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da
terra.
6 Ora, o restante dos atos de Azarias, e tudo quanto fez, porventura
não estão escritos no livro das crônicas dos reis
de Judá?
7 E Azarias dormiu com seus pais, e com eles o sepultaram na cidade de Davi. E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Zacarias, de Israel
8 No ano trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em
Samaria, seis meses.
9 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, como tinham feito seus pais;
nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com
os quais ele fizera Israel pecar.
10 Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele; feriu-o diante do povo, matou-o e reinou em seu lugar.
11 Ora, o restante dos atos de Zacarias está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
12 Esta foi a palavra do Senhor, que ele falara a Jeú, dizendo:
Teus filhos, até a quarta geração, se
assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi.
O reinado de Salum, de Israel
13 Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá, e reinou um mês em
Samaria.
14 E Menaém, filho de Gadi, subindo de Tirza, veio a Samaria; feriu a Salum, filho de Jabes, em
Samaria, matou-o e reinou em seu lugar.
15 Ora, o restante dos atos de Salum, e a conspiração que
fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Israel.
16 Então, Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela
havia, como também a seus termos desde Tirza; porque não
lha tinham aberto, por isso a feriu; e fendeu a todas as mulheres
grávidas que nela estavam.
O reinado de Menaém, de Israel
17 No ano trinta e nove de Azarias, rei de
Judá, Menaém, filho de Gadi, começou a reinar
sobre Israel, e reinou dez anos em Samaria.
18 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; em todos os seus dias nunca
se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os
quais ele fizera Israel pecar.
19 Então, veio Pul, rei da Assíria, contra a terra; e
Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que este o ajudasse
a firmar o reino na sua mão.
20 Menaém exigiu este dinheiro de todos os poderosos e ricos em
Israel, para o dar ao rei da Assíria, de cada homem cinquenta
siclos de prata; assim, voltou o rei da Assíria, e não se
demorou ali na terra.
21 Ora, o restante dos atos de Menaém, e tudo quanto fez,
porventura não estão escritos no livro das crônicas
dos reis de Israel?
22 Menaém dormiu com seus pais. E Pecaías, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Pecaías, de Israel
23 No ano cinquenta de Azarias, rei de Judá,
Pecaías, filho de Menaém, começou a reinar sobre
Israel, em Samaria, e reinou dois anos.
24 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; nunca se apartou dos
pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera
Israel pecar.
25 E Peca, chefe das suas tropas, filho de Remalias, conspirou contra
ele, e o feriu em Samaria, no castelo da casa do rei, juntamente com
Argobe e com Arié; e com Peca estavam cinquenta homens dos
filhos dos gileaditas; e o matou, e reinou em seu lugar.
26 Ora, o restante dos atos de Pecaías, e tudo quanto fez,
estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.
O reinado de Peca, de Israel
27 No ano cinquenta e dois de Azarias, rei de Judá, Peca, filho de Remalias, começou a reinar sobre Israel, em
Samaria, e reinou vinte anos.
28 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; nunca se apartou dos
pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera
Israel pecar.
29 Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da
Assíria, e tomou Ijom, Abel-Bete-Maacá, Janoa, Quedes,
Hazor, Gileade e Galileia, toda a terra de Naftali; e levou cativos os
habitantes para a Assíria.
30 E Oseias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de
Remalias, o feriu e matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo
ano de Jotão, filho de Uzias.
31 Ora, o restante dos atos de Peca, e tudo quanto fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.
O reinado de Jotão, de Judá
32 No segundo ano de Peca, filho de Remalias, rei de
Israel, começou a reinar Jotão, filho de Uzias, rei de
Judá.
33 Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou
dezesseis anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era
Jenisa, filha de Zadoque.
34 E fez o que era reto aos olhos do Senhor; fez conforme tudo quanto fizera seu pai, Uzias.
35 Contudo os altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.
Ele edificou a porta alta da casa do Senhor.
36 Ora, o restante dos atos de Jotão, e tudo quanto fez,
porventura não estão escritos no livro das crônicas
dos reis de Judá?
37 Naqueles dias, começou o Senhor a enviar contra Judá Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias.
38 E Jotão dormiu com seus pais, e com eles foi sepultado na
cidade de Davi, seu pai. E Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Acaz, de Judá
16
No ano dezessete de Peca, filho de Remalias, começou a reinar Acaz, filho de Jotão, rei de Judá.
2 Tinha Acaz vinte anos quando começou a reinar, e reinou
dezesseis anos em Jerusalém; e não fez o que era reto aos
olhos do Senhor, seu Deus, como tinha feito Davi, seu pai,
3 mas andou no caminho dos reis de Israel, e até fez passar pelo
fogo o seu filho, segundo as abominações dos gentios que
o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.
4 Também oferecia sacrifícios e queimava incenso nos
altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore
frondosa.
Acaz pede socorro aos assírios
5 Então, subiu Rezim, rei da Síria, com
Peca, filho de Remalias, rei de Israel, contra Jerusalém, para
lhe fazer guerra; e cercaram a Acaz, porém não puderam
vencê-lo.
6 Nesse mesmo tempo, Rezim, rei da Síria, restituiu Elate
à Síria, lançando fora dela os judeus; e os
sírios vieram a Elate, e ficaram habitando ali até o dia
de hoje.
7 Então, Acaz enviou mensageiros a Tiglate-Pileser, rei da
Assíria, dizendo: Eu sou teu servo e teu filho; sobe, e livra-me
das mãos do rei da Síria, e das mãos do rei de
Israel, os quais se levantaram contra mim.
8 E tomou Acaz a prata e o ouro que se achou na casa do Senhor e nos
tesouros da casa do rei, e mandou um presente ao rei da Assíria.
9 E o rei da Assíria lhe deu ouvidos e, subindo contra Damasco, tomou-a, levou cativo o povo para Quir, e matou Rezim.
A idolatria de Acaz
10 Então, o rei Acaz foi a Damasco para se
encontrar com Tiglate-Pileser, rei da Assíria; e, vendo o altar
que estava em Damasco, enviou ao sacerdote Urias a figura do altar, e o
modelo exato de toda a sua obra.
11 E Urias, o sacerdote, edificou o altar; conforme tudo o que o rei
Acaz lhe tinha enviado de Damasco, assim o fez o sacerdote Urias, antes
que o rei Acaz viesse de Damasco.
12 Tendo o rei vindo de Damasco, viu o altar; e, acercando-se do altar, ofereceu sacrifício sobre ele;
13 queimou o seu holocausto e a sua oferta de manjares, derramou a sua libação, e
aspergiu o sangue dos seus sacrifícios pacíficos sobre o altar.
14 E o altar de bronze, que estava perante o Senhor, ele o tirou da
parte fronteira da casa, de entre o seu altar e a casa do Senhor, e o
colocou ao lado setentrional do seu altar.
15 E o rei Acaz ordenou a Urias, o sacerdote, dizendo: No grande altar,
queima o holocausto da manhã, como também a oferta de
manjares da noite, o holocausto do rei e a sua oferta de manjares, o
holocausto de todo o povo da terra, a sua oferta de manjares e as suas
libações; todo o sangue dos holocaustos e todo o sangue
dos sacrifícios aspergirás nele; porém o altar de
bronze ficará ao meu dispor para nele inquirir.
16 Assim fez Urias, o sacerdote, conforme tudo quanto o rei Acaz lhe ordenara.
17 Também o rei Acaz cortou as almofadas das bases, e de cima
delas removeu a pia; tirou o mar de sobre os bois de bronze, que
estavam debaixo dele, e o colocou sobre um pavimento de pedra.
18 Também o passadiço coberto para uso no sábado,
que tinham construído na casa, e a entrada real externa, retirou
da casa do Senhor, por causa do rei da Assíria.
A morte de Acaz
19 Ora, o restante dos atos de Acaz, e o que fez
porventura não estão escritos no livro das crônicas
dos reis de Judá?
20 E dormiu Acaz com seus pais, e com eles foi sepultado na cidade de Davi. E Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Oseias, de Israel
17 No ano duodécimo de Acaz, rei de
Judá, começou a reinar Oseias, filho de Elá, e
reinou sobre Israel, em Samaria, nove anos.
2 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, contudo não como os reis de Israel que foram antes dele.
A queda de Samaria e o cativeiro de Israel
3 Contra ele subiu Salmaneser, rei da Assiria; e Oseias ficou sendo servo dele e lhe pagava tributos.
4 O rei da Assíria, porém, achou em Oseias
conspiração; porque ele enviara mensageiros a Sô,
rei do Egito, e não pagava, como dantes, os tributos anuais ao
rei da Assíria; então, este o encerrou e o pôs em
grilhões numa prisão.
5 E o rei da Assíria subiu por toda a terra e chegando a Samaria, sitiou-a por três anos.
6 No ano nono de Oseias, o rei da Assíria tomou Samaria, e levou
Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala, e
junto a Habor, o rio de Gozã, e nas cidades dos medos.
A causa do cativeiro
7 Assim sucedeu, porque os filhos de Israel tinham
pecado contra o Senhor, seu Deus, que os fizera subir da terra do
Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito, e porque
haviam temido a outros deuses,
8 e andado segundo os costumes das nações que o Senhor
lançara fora de diante dos filhos de Israel, e segundo os que os
reis de Israel introduziram.
9 Também os filhos de Israel fizeram contra o Senhor, seu Deus, coisas que não
eram retas. Edificaram para si altos em todas as suas cidades, desde a
torre das atalaias até a cidade fortificada.
10 Levantaram para si colunas e aserins em todos os altos outeiros, e debaixo de todas as árvores frondosas;
11 queimaram incenso em todos os altos, como as nações
que o Senhor expulsara de diante deles; cometeram ações
iníquas, provocando à ira o Senhor,
12 e serviram os ídolos, dos quais o Senhor lhes dissera: Não fareis isso.
13 Todavia, o Senhor advertiu a Israel e a Judá pelo
ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo:
Voltai de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus
estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que vos
enviei pelo ministério de meus servos, os profetas.
14 Eles, porém, não deram ouvidos; antes endureceram a
sua cerviz, como fizeram seus pais, que não creram no Senhor,
seu Deus;
15 rejeitaram os seus estatutos, e o seu pacto, que fizera com os pais
deles, como também as advertências que lhes fizera;
seguiram a vaidade e tornaram-se vãos, como também
seguiram as nações que estavam ao redor deles, a respeito
das quais o Senhor lhes tinha ordenado que não as imitassem.
16 E, deixando todos os mandamentos do Senhor, seu Deus, fizeram para
si dois bezerros de fundição, e ainda uma Asera; adoraram
todo o exército do céu, e serviram a Baal.
17 Fizeram passar pelo fogo seus filhos, suas filhas, e deram-se a
adivinhações e encantamentos; e venderam-se para fazer o
que era mau aos olhos do Senhor, provocando-o à ira.
18 Pelo que o Senhor muito se indignou contra Israel, e os tirou de
diante da sua face; não ficou senão somente a tribo de
Judá.
19 Nem mesmo Judá havia guardado os mandamentos do Senhor, seu Deus; antes, andou nos costumes que Israel introduzira.
20 Pelo que o Senhor rejeitou toda a linhagem de Israel, e os oprimiu,
entregando-os nas mãos dos despojadores, até que os
expulsou da sua presença.
21 Pois rasgara Israel da casa de Davi; e eles fizeram rei a
Jeroboão, filho de Nebate, o qual apartou Israel de seguir o
Senhor, e os fez cometer um grande pecado.
22 Assim, andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha cometido; nunca se apartaram deles;
23 até que o Senhor tirou Israel da sua presença, como
falara por intermédio de todos os seus servos, os profetas.
Assim, foi Israel transportado da sua terra para a Assíria, onde
está até o dia de hoje.
O rei da Assíria renova a população de Samaria
24 Depois, o rei da Assíria trouxe gente de
Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim, e a fez
habitar nas cidades de Samaria em lugar dos filhos de Israel; e eles
tomaram Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades.
25 E sucedeu que, no princípio da sua habitação
ali, não temeram ao Senhor; e o Senhor mandou entre eles
leões, que mataram alguns deles.
26 Pelo que foi dito ao rei da Assíria: A gente que
transportaste, e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não
conhece a lei do deus da terra; por isso, ele tem enviado entre ela
leões que a matam, porquanto não conhece a lei do deus da
terra.
27 Então, o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos
sacerdotes que transportastes de lá para que vá e habite
ali, e lhes ensine a lei do deus da terra.
28 Veio, pois, um dos sacerdotes que eles tinham transportado de
Samaria, e habitou em Betel, e lhes ensinou como deviam temer ao Senhor.
O culto misto dos samaritanos
29 Todavia, as nações faziam cada uma o
seu próprio deus, e os punham nas casas dos altos que os
samaritanos tinham feito, cada nação nas cidades que
habitava.
30 Os de Babilônia fizeram Sucote-Benote; os de Cuta fizeram Nergal; os de Hamate fizeram Asima;
31 os aveus fizeram Nibaz e Tartaque; e os sefarvitas queimavam seus
filhos no fogo a adrameleque e a Anameleque, deuses de Sefarvaim.
32 Temiam também ao Senhor, e dentre o povo fizeram para si
sacerdotes dos lugares altos, os quais exerciam o ministério nas
casas dos lugares altos.
33 Assim, temiam ao Senhor, mas também serviam a seus
próprios deuses, segundo o costume das nações do
meio das quais tinham sido transportados.
34 Até o dia de hoje fazem segundo os antigos costumes:
não temem ao Senhor; nem fazem segundo os seus estatutos, nem
segundo as suas ordenanças; nem tampouco segundo a lei, nem
segundo o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, a
quem deu o nome de Israel,
35 com os quais o Senhor tinha feito um pacto, e lhes ordenara,
dizendo: Não temereis outros deuses, nem vos inclinareis diante
deles, nem os servireis, nem lhes oferecereis sacrifícios;
36 mas sim ao Senhor, que vos fez subir da terra do Egito com grande
poder e com braço estendido, a ele temereis, a ele vos
inclinareis, e a ele oferecereis sacrifícios.
37 Quanto aos estatutos, às ordenanças, à lei, e
ao mandamento, que para vós escreveu, a esses tereis cuidado de
observar todos os dias; e não temereis outros deuses;
38 e do pacto que fiz convosco não vos esquecereis. Não temereis outros deuses,
39 mas ao Senhor, vosso Deus, temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos.
40 Contudo, eles não ouviram; antes, fizeram segundo o seu antigo costume.
41 Assim, estas nações temiam ao Senhor, mas serviam
também as suas imagens esculpidas; também seus filhos, e
os filhos de seus filhos fazem até o dia de hoje como fizeram
seus pais.
O reinado de Ezequias, de Judá
18 Ora, sucedeu que, no terceiro ano de
Oseias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar
Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá.
2 Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou
vinte e nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era
Abi, filha de Zacarias.
3 Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai.
4 Tirou os altos, quebrou as colunas, e deitou abaixo a Asera; e
despedaçou a serpente de bronze que Moisés fizera, porque
até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e
chamavam Neustã.
5 Confiou no Senhor, Deus de Israel, de modo que depois dele não
houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os
que foram antes dele.
6 Porque se apegou ao Senhor; não se apartou de o seguir, e guardou os mandamentos que o Senhor ordenara a Moisés.
7 Assim, o Senhor era com ele; para onde quer que saísse,
prosperava. Rebelou-se contra o rei da Assíria, e recusou
servi-lo.
8 Feriu os filisteus até Gaza e os seus termos, desde a torre dos atalaias até a cidade fortificada.
9 No quarto ano do rei Ezequias, que era o sétimo ano de Oseias,
filho de Elá, rei de Israel, Salmaneser, rei da Assíria,
subiu contra Samaria, e a cercou
10 e, ao fim de três anos, tomou-a. No ano sexto de Ezequias, que era o ano nono de Oseias, rei de Israel,
Samaria foi tomada.
11 Depois, o rei da Assíria levou Israel cativo para a
Assíria, e os colocou em Hala, e junto ao Habor, rio de
Gozã, e nas cidades dos medos;
12 porquanto não obedeceram à voz do Senhor, seu Deus,
mas violaram o seu pacto, nada ouvindo nem fazendo de tudo quanto
Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado.
Senaqueribe invade Judá
13 No ano décimo quarto do rei Ezequias, subiu
Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades
fortificadas de Judá, e as tomou.
14 Pelo que Ezequias, rei de Judá, enviou ao rei da
Assíria a Laquis, dizendo: Pequei; retira-te de mim; tudo o que
me impuseres, suportarei. Então, o rei da Assíria
impôs a Ezequias, rei de Judá, trezentos talentos de prata
e trinta talentos de ouro.
15 Assim, deu Ezequias toda a prata que se achou na casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei.
16 Foi nesse tempo que Ezequias, rei de Judá, cortou das portas
do templo do Senhor, e dos umbrais, o ouro de que ele mesmo os cobrira,
e o deu ao rei da Assíria.
17 Contudo, este enviou de Laquis Tartã, Rabe-Sáris e
Rabsaqué, com um grande exército, ao rei Ezequias, a
Jerusalém; e subiram, e vieram a Jerusalém. E, tendo
chegado, pararam ao pé do aqueduto da piscina superior, que
está junto ao caminho do campo do lavandeiro.
18 Havendo eles chamado o rei, saíram-lhes ao encontro Eliaquim,
filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá,
filho de Asafe, o cronista.
Rabsaqué afronta a Ezequias e ao Senhor
19 E Rabsaqué lhes disse: Dizei a Ezequias:
Assim diz o grande rei, o rei da Assíria: Que confiança
é essa em que te estribas?
20 Dizes (são, porém, palavras vãs): Há
conselho e poder para a guerra. Em quem, pois, agora confias, que
contra mim te revoltas?
21 Estás confiando nesse bordão de cana quebrada, que
é o Egito; o qual, se alguém nele se apoiar,
entrar-lhe-á pela mão e a traspassará; assim
é Faraó, rei do Egito para com todos os que nele confiam.
22 Se, porém, me disserdes: No Senhor, nosso Deus, confiamos;
porventura não é esse aquele cujos altos e altares
Ezequias tirou dizendo a Judá e a Jerusalém: Perante este
altar adorareis em Jerusalém?
23 Ora, pois, faze uma aposta com o meu senhor, o rei da
Assíria: dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar
cavaleiros para eles.
24 Como, então, poderias repelir um só príncipe
dos menores servos de meu senhor, quando estás confiando no
Egito para obteres carros e cavaleiros?
25 Porventura teria eu subido sem o Senhor contra este lugar para o
destruir? Foi o Senhor que me disse: Sobe contra esta terra e a
destrói.
26 Então, disseram Eliaquim, filho de Hilquias, e Sebna, e
Joá, a Rabsaqué: Rogamos-te que fales aos teus servos em
aramaico, porque bem o entendemos; e não nos fales na
língua judaica, aos ouvidos do povo que está em cima do
muro.
27 Rabsaqué, porém, lhes disse: Porventura mandou-me meu
senhor para falar estas palavras a teu senhor e a ti, e não aos
homens que estão sentados em cima do muro que juntamente
convosco hão de comer o seu excremento e beber a sua urina?
28 Então, pondo-se em pé, Rabsaqué clamou em alta
voz, na língua judaica, dizendo: Ouvi a palavra do grande rei,
do rei da Assíria.
29 Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar da minha mão;
30 nem tampouco vos faça Ezequias confiar no Senhor, dizendo:
Certamente nos livrará o Senhor, e esta cidade não
será entregue na mão do rei da Assíria.
31 Não deis ouvidos a Ezequias; pois assim diz o rei da
Assíria: Fazei paz comigo, e saí a mim; e coma cada um da
sua vide e da sua figueira, e beba cada um a água da sua
cisterna;
32 até que eu venha, e vos leve para uma terra semelhante
à vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de
vinhas, terra de azeite de oliveiras e de mel; para que vivais e
não morrais. Não deis ouvidos a Ezequias, enquanto vos
envenena, dizendo: O Senhor nos livrará.
33 Porventura os deuses das nações puderam livrar, cada um a sua terra, das mãos do rei da Assíria?
36 Que é feito dos deuses de Hamate e de Arpade? Que é feito dos deuses de Sefarvaim, de Hena e de Iva?
Porventura livraram
Samaria da minha mão?
35 Dentre todos os deuses das terras, quais são os que livraram
a sua terra da minha mão, para que o Senhor livre
Jerusalém da minha mão?
36 O povo, porém, ficou calado, e não lhe respondeu uma
só palavra, porque o rei ordenara, dizendo: Não lhe
respondais.
37 Então Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o
escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista, vieram a
Ezequias com as vestes rasgadas, e lhe fizeram saber as palavras de
Rabsaqué.
Ezequias consulta Isaías
19
Quando o rei Ezequias ouviu isto, rasgou as suas vestes, cobriu-se de saco, e entrou na casa do Senhor.
2 Então, enviou Eliaquim, o mordomo, e Sebna, o escrivão,
e os anciãos dos sacerdotes, cobertos de sacos, ao profeta
Isaías, filho de Amoz.
3 Eles lhe disseram: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de
angústia, de vituperação e de blasfêmia;
porque os filhos chegaram ao parto, e não há força
para os dar à luz.
4 Bem pode ser que o Senhor, teu Deus, tenha ouvido todas as palavras de
Rabsaqué, a quem o seu senhor, o rei da Assiria, enviou para afrontar o Deus vivo, e repreenda as palavras que o
Senhor, teu Deus, ouviu. Faze, pois, oração pelo resto que ainda fica.
5 Foram, pois, os servos do rei Ezequias ter com Isaias.
6 E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o
Senhor: Não temas as palavras que ouviste, com as quais os
servos do rei da Assíria me blasfemaram.
7 Eis que meterei nele um espírito, e ele ouvirá uma
nova, e voltará para a sua terra; e à espada o farei cair
na sua terra.
A carta do rei da Assíria
8 Voltou, pois, Rabsaqué e achou o rei da
Assíria pelejando contra Libna, porque soubera que o rei havia
partido de Laquis.
9 E o rei, ouvindo dizer acerca de Tiraca, rei da Etiópia: Eis
que saiu para te fazer guerra, tornou a enviar mensageiros a Ezequias,
dizendo:
10 Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane
o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não
será entregue na mão do rei da Assíria.
11 Eis que já tens ouvido o que os reis da Assíria
fizeram a todas as terras, destruindo-as totalmente; e tu serias
poupado?
12 Porventura os deuses das nações a quem meus pais
destruíram, puderam livrá-las, a saber, Gozã,
Harã, Rezefe, e os filhos de Éden que estavam em Telassar?
13 Que é feito do rei de Hamate, do rei de Arpade, do rei da cidade de Sefarvaim, de Hena e de Iva?
A oração de Ezequias
14 Ezequias, pois, tendo recebido a carta das
mãos dos mensageiros, e tendo-a lido, subiu à casa do
Senhor, e a estendeu perante o Senhor.
15 E Ezequias orou perante o Senhor, dizendo: Ó Senhor, Deus de
Israel, que estás assentado sobre os querubins, tu mesmo,
só tu és Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste o
céu e a terra.
16 Inclina, ó Senhor, o teu ouvido e ouve; abre, ó
Senhor, os teus olhos e vê; e ouve as palavras de Senaqueribe,
com as quais enviou seu mensageiro para afrontar o Deus vivo.
17 Verdade é, ó Senhor, que os reis da Assíria têm assolado as nações e as suas terras,
18 e lançado os seus deuses no fogo, porquanto não eram
deuses, mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os
destruíram.
19 Agora, pois, Senhor, nosso Deus, livra-nos da sua mão, para
que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és
Deus.
O profeta conforta a Ezequias
20 Então Isaías, filho de Amoz, mandou
dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Ouvi o que me
pediste no tocante a Senaqueribe, rei da Assíria.
21 Esta é a palavra que o Senhor falou a respeito dele: A
virgem, a filha de Sião, te despreza e te escarnece; a filha de
Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.
22 A quem afrontaste e blasfemaste? E contra quem alçaste a voz, e ergueste os olhos ao alto? Contra o Santo de Israel!
23 Por meio de teus mensageiros afrontaste o Senhor, e disseste: Com a
multidão de meus carros subi ao alto dos montes, aos lados do
Líbano; cortei os seus altos cedros, e as suas mais formosas
faias, e entrei na sua mais distante pousada, no bosque do seu campo
fértil.
24 Eu cavei, e bebi águas estrangeiras; e com as plantas de meus pés sequei todos os rios do Egito.
25 Porventura não ouviste que já há muito tempo
determinei isto, e já desde os dias antigos o planejei? Agora,
porém, o executei, para que fosses tu que reduzisses as cidades
fortificadas a montões desertos.
26 Por isso os moradores delas tiveram pouca força, ficaram
pasmados e confundidos; tornaram-se como a erva do campo, como a relva
verde, e como o feno dos telhados, que se queimam antes de amadurecer.
27 Eu, porém, conheço o teu assentar, o teu sair e o teu entrar, bem como o teu furor contra mim.
28 Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua arrogância
subiu aos meus ouvidos, porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio na
tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste.
29 E isto te será por sinal: Este ano comereis o que nascer por
si mesmo, e no ano seguinte que daí proceder; e no terceiro ano
semeai e comei, e plantai vinhas, e comei os seus frutos.
30 Pois o que escapou da casa de Judá, e ficou de resto,
tornará a lançar raízes para baixo, e dará
fruto para cima.
31 Porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte
Sião os que escaparem; o zelo do Senhor fará isto.
32 Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria:
Não entrará nesta cidade, nem lançará nela
flecha alguma; tampouco virá perante ela com escudo, nem contra
ela levantará tranqueira.
33 Pelo caminho por onde veio, por esse mesmo voltará, e nesta cidade não entrará, diz o Senhor.
34 Porque eu defenderei esta cidade para livrá-la, por amor de mim e por amor do meu servo Davi.
A destruição do exército dos assírios
35 Sucedeu, pois, que, naquela mesma noite, saiu o
anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e
oitenta e cinco mil deles; e, levantando-se os assírios pela
manhã cedo, eis que aqueles eram todos cadáveres.
36 Então Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou e, voltando, habitou em Nínive.
37 E quando ele estava adorando na casa de Nisroque, seu deus,
Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o mataram à espada e fugiram
para a terra de Ararate. E Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.
A doença de Ezequias e a sua cura maravilhosa
20 Por aquele tempo, Ezequias ficou
doente, à morte. O profeta Isaías, filho de Amoz, veio
ter com ele, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua
casa porque morrerás e não viverás.
2 Então, o rei virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo:
3 Lembra-te agora, ó Senhor, te peço, de como tenho
andado diante de ti com fidelidade e integridade de
coração, e tenho feito o que era reto aos teus olhos. E
Ezequias chorou muitíssimo.
4 E sucedeu que, não havendo Isaías ainda saído do
meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
5 Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o
Senhor, Deus de teu pai Davi: Ouvi a tua oração, e vi as
tuas lágrimas. Eis que eu te sararei; ao terceiro dia
subirás à casa do Senhor.
6 Acrescentarei aos teus dias quinze anos; e das mãos do rei da
Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta
cidade por amor de mim, e por amor do meu servo Davi.
7 Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos e ponde-a sobre a úlcera; e ele sarará.
8 Perguntou, pois, Ezequias a Isaías: Qual é o sinal de
que o Senhor me sarará, e de que ao terceiro dia subirei
à casa do Senhor?
9 Respondeu Isaías: Isto te será por sinal, da parte do
Senhor, de que o Senhor cumprirá a palavra que disse:
Adiantar-se-á a sombra dez graus, ou voltará dez graus
atrás?
10 Então, disse Ezequias: É fácil que a sombra
decline dez graus; não seja assim, antes volte a sombra dez
graus atrás.
11 Então, o profeta Isaías clamou ao Senhor, que fez
voltar a sombra dez graus atrás, pelos graus que já tinha
declinado no relógio de sol de Acaz.
A embaixada da Babilônia
12 Naquele tempo, Merodaque-Baladã, filho de
Baladã, rei de Babilônia, enviou cartas e um presente a
Ezequias, porque ouvira que Ezequias tinha estado doente.
13 E Ezequias deu audiência aos mensageiros, e lhes mostrou toda
a casa de seu tesouro, a prata e o ouro, as especiarias e os melhores
unguentos, a sua casa de armas e tudo quanto havia nos seus tesouros;
coisa nenhuma houve que lhes não mostrasse, nem em sua casa, nem
em todo o seu domínio.
14 Então, o profeta Isaías veio ao rei Ezequias, e lhe
perguntou: Que disseram aqueles homens, e donde vieram a ti? Respondeu
Ezequias: Vieram de um país mui remoto, de Babilônia.
15 E disse ele: Que viram em tua casa? E disse Ezequias: Viram tudo
quanto há em minha casa; não há coisa nenhuma nos
meus tesouros que eu não lhes mostrasse.
16 Então, disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor:
17 Eis que vêm dias em que será levado para a
Babilônia tudo quanto houver em minha casa, bem como o que os
teus pais entesouraram até o dia de hoje; não
ficará coisa alguma, diz o Senhor.
18 E até mesmo alguns de teus filhos, que procederem de ti, e
que tu gerares, levarão; e eles serão eunucos no
palácio do rei de Babilônia.
19 Então, disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do Senhor que disseste. Pois
pensava: Haverá paz e segurança em meus dias.
A morte de Ezequias
20 Ora, o restante dos atos de Ezequias, e todo o seu
poder, e como fez a piscina e o aqueduto, e como fez vir a água
para a cidade, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Judá?
21 E Ezequias dormiu com seus pais. E Manassés, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Manassés, de Judá
21 Manassés tinha doze anos quando
começou a reinar, e reinou cinquenta e cinco anos em
Jerusalém. O nome de sua mãe era Hefzibá.
2 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme as
abominações das nações que o Senhor
desterrara de diante dos filhos de Israel.
3 Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha
destruído, e levantou altares a Baal, e fez uma Asera como a que
fizera Acabe, rei de Israel, e adorou a todo o exército do
céu, e os serviu.
4 E edificou altares na casa do Senhor, da qual o Senhor tinha dito: Em Jerusalém porei o meu nome.
5 Também edificou altares a todo o exército do céu em ambos os átrios da casa do Senhor.
6 E até fez passar seu filho pelo fogo, e usou de
augúrios e de encantamentos, e instituiu adivinhos e
feiticeiros; fez muito mal aos olhos do Senhor, provocando-o à
ira.
7 Também pôs a imagem esculpida de Asera, que tinha feito,
na casa de que o Senhor dissera a Davi e a Salomão, seu filho:
Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de
Israel, porei o meu nome para sempre;
8 e não mais farei andar errante o pé de Israel desta
terra que tenho dado a seus pais, contanto que somente tenham cuidado
de fazer conforme tudo o que lhes tenho ordenado, e conforme toda a lei
que Moisés, meu servo, lhes ordenou.
9 Eles, porém, não ouviram; porque Manassés de tal
modo os fez errar, que fizeram pior do que as nações que
o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel.
O juízo a respeito de Judá
10 Então, o Senhor falou por intermédio de seus servos os profetas, dizendo:
11 Porquanto Manassés, rei de Judá, cometeu estas
abominações, fazendo pior do que tudo quanto fizeram os
amorreus, que foram antes dele, e com os seus ídolos fez
Judá também pecar;
12 por isso assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eis que trago tais
males sobre Jerusalém e Judá, que a qualquer que deles
ouvir lhe ficarão retinindo ambos os ouvidos.
13 Estenderei sobre Jerusalém o cordel de Samaria e o prumo da
casa de Acabe; e limparei Jerusalém como quem limpa a escudela,
limpando-a e virando-a sobre a sua face.
14 Desampararei os restantes da minha herança, e os entregarei na mão de seus inimigos.
Tornar-se-ão presa e despojo para todos os seus inimigos;
15 porquanto fizeram o que era mau aos meus olhos, e me provocaram
à ira, desde o dia em que seus pais saíram do Egito
até hoje.
16 Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue
inocente, até que encheu Jerusalém de um a outro extremo,
afora o seu pecado com que fez Judá pecar fazendo o que era mau
aos olhos do Senhor.
A morte de Manassés
17 Quanto ao restante dos atos de Manassés, e a
tudo quanto fez, e ao pecado que cometeu, porventura não
estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Judá?
18 E Manassés dormiu com seus pais, e foi sepultado no jardim da
sua casa, no jardim de Uzá. E Amom, seu filho, reinou em seu
lugar.
O reinado de Amom, de Judá
19 Amom tinha vinte e dois anos quando começou
a reinar, e reinou dois anos em Jerusalém. O nome de sua
mãe era Mesulemete, filha de Haruz, de Jotbá.
20 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, como fizera Manassés, seu pai;
21 e andou em todo o caminho em que seu pai andara, e serviu os ídolos que ele tinha servido, e os adorou.
22 Assim, deixou o Senhor, Deus de seus pais, e não andou no caminho do Senhor.
23 E os servos de Amom conspiraram contra ele, e o mataram em sua casa.
24 O povo da terra, porém, matou a todos os que conspiraram
contra o rei Amom, e constituiu Josias, seu filho, rei em seu lugar.
25 Quanto ao restante dos atos de Amom, porventura não
está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
26 E o puseram na sua sepultura, no jardim de Uzá. E Josias, seu filho, reinou em seu lugar.
O reinado de Josias
22 Josias tinha oito anos quando
começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém.
O nome de sua mãe era Jedida, filha de Adaías, de Bozcate.
2 Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor; e andou em todo o caminho
de Davi, seu pai, não se apartando dele nem para a direita nem
para a esquerda.
O rei repara o templo
3 No ano décimo oitavo do rei Josias, o rei
mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de
Mesulão, à casa do Senhor, dizendo-lhe:
4 Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que faça a soma do
dinheiro que se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os guardas da
entrada têm recebido do povo;
5 e que só entreguem na mão dos mestres de obra que
estão encarregados da casa do Senhor; e que estes o dêem
aos que fazem a obra, aos que estão na casa do Senhor para
repararem os estragos da casa,
6 aos carpinteiros, aos edificadores, e aos pedreiros e que comprem madeira e pedras lavradas, a fim de repararem a casa.
7 Contudo não se tomava conta a eles do dinheiro que se lhes
entregava nas mãos, porquanto se haviam com fidelidade.
Hilquias acha o Livro da Lei
8 Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao
escrivão Safã: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E
Hilquias entregou o livro a Safã, e ele o leu.
9 Depois, o escrivão Safã veio ter com o rei e, dando ao
rei o relatório, disse: Teus servos despejaram o dinheiro que se
achou na casa, e o entregaram na mão dos mestres de obra que
estão encarregados da casa do Senhor.
10 Safã, o escrivão, falou ainda ao rei, dizendo: O
sacerdote Hilquias me entregou um livro. E Safã o leu diante do
rei.
Josias manda consultar a profetisa Hulda
11 E sucedeu que, tendo o rei ouvido as palavras do livro da lei, rasgou as suas vestes.
12 Então, o rei deu ordem a Hilquias, o sacerdote, a
Aicão, filho de Safã, a Acbor, filho de Micaías, a
Safã, o escrivão, e Asaías, servo do rei, dizendo:
13 Ide, consultai ao Senhor por mim, e pelo povo, e por todo o
Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque
grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós,
porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste
livro, para fazerem conforme tudo quanto acerca de nós
está escrito.
14 Então, o sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e
Safã, e Asaías foram ter com a profetisa Hulda, mulher de
Salum, filho de Ticva, filho de Harás, o guarda das vestiduras
(ela habitava, então, em Jerusalém, na segunda parte), e
lhe falaram.
15 E ela lhes respondeu: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim:
16 Assim diz o Senhor: Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os
seus habitantes, conforme todas as palavras do livro que o rei de
Judá leu.
17 Porquanto me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me
provocarem à ira por todas as obras das suas mãos, o meu
furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará.
18 Todavia ao rei de Judá, que vos enviou para consultar ao
Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Quanto
às palavras que ouviste,
19 porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste
perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar, e
contra os seus habitantes, isto é, que se haviam de tornar em
assolação e em maldição, e rasgaste as tuas
vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor.
20 Pelo que eu te recolherei a teus pais, e tu serás recolhido
em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão
todo o mal que hei de trazer sobre este lugar. Então voltaram,
levando a resposta ao rei.
Josias renova a aliança ante o Senhor
23
Então, o rei deu ordem e todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a ele.
2 Subiu o rei à casa do Senhor, e com ele todos os homens de
Judá, todos os habitantes de Jerusalém, os sacerdotes, os
profetas, e todo o povo, desde o menor até o maior; e leu aos
ouvidos deles todas as palavras do livro do pacto, que fora encontrado
na casa do Senhor.
3 Então o rei, pondo-se em pé junto à coluna, fez
um pacto perante o Senhor, de andar com o Senhor, e guardar os seus
mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o
coração e de toda a alma, confirmando as palavras deste
pacto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por
este pacto.
A purificação do templo e do culto
4 Também o rei mandou ao sumo sacerdote
Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas da entrada,
que tirassem do templo do Senhor todos os vasos que tinham sido feitos
para Baal, e para a Asera, e para todo o exército do céu;
e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e levou as
cinzas deles para Betel.
5 Destituiu os sacerdotes idólatras que os reis de Judá
haviam constituído para queimarem incenso sobre os altos nas
cidades de Judá, e ao redor de Jerusalém, como
também os que queimavam incenso a Baal, ao sol, à lua,
aos planetas, e a todo o exército do céu.
6 Tirou da casa do Senhor a Asera e, levando-a para fora de
Jerusalém até o ribeiro de Cedrom, ali a queimou e a
reduziu a pó, e lançou o pó sobre as sepulturas
dos filhos do povo.
7 Derrubou as casas dos sodomitas que estavam na casa do Senhor, em que as mulheres teciam cortinas para a Asera.
8 Tirou das cidades de Judá todos os sacerdotes, e profanou os
altos em que os sacerdotes queimavam incenso desde Geba até
Berseba; e derrubou os altos que estavam às portas junto
à entrada da porta de Josué, o chefe da cidade, à
esquerda daquele que entrava pela porta da cidade.
9 Todavia os sacerdotes dos altos não sacrificavam sobre o altar
do Senhor em Jerusalém, porém comiam pães asmos no
meio de seus irmãos.
10 Profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para
que ninguém fosse passar seu filho ou sua filha pelo fogo a
Moloque.
11 Tirou os cavalos que os reis de Judá tinham consagrado ao
sol, à entrada da casa do Senhor, perto da câmara do
camareiro Natã-Meleque, a qual estava no recinto; e os carros do
sol queimou a fogo.
12 Também o rei derrubou os altares que estavam sobre o
terraço do cenáculo de Acaz, os quais os reis de
Judá tinham feito, como também os altares que
Manassés fizera nos dois átrios da casa do Senhor; e,
tendo-os esmigalhado, os tirou dali e lançou o pó deles
no ribeiro de Cedrom.
13 O rei profanou também os altos que estavam ao oriente de
Jerusalém, à direita do Monte de Corrupção,
os quais Salomão, rei de Israel, edificara a Astarote,
abominação dos sidônios, a Quemós,
abominação dos moabitas, e a Milcom,
abominação dos filhos de Amom.
14 Semelhantemente, quebrou as colunas, cortou os aserins e encheu os seus lugares de ossos de homens.
Profanado e derribado o altar de Betel
15 Igualmente o altar que estava em Betel, e o alto
feito por Jeroboão, filho de Nebate, que fizera Israel pecar,
esse altar e o alto ele os derrubou; queimando o alto, reduziu-o a
pó, e queimou a Asera.
16 E, virando-se Josias, viu as sepulturas que estavam ali no monte, e
mandou tirar os ossos das sepulturas e os queimou sobre aquele altar, e
assim o profanou, conforme a palavra do Senhor, proclamada pelo homem
de Deus que predissera estas coisas.
17 Então, perguntou: Que monumento é este que vejo?
Responderam-lhe os homens da cidade: É a sepultura do homem de
Deus que veio de Judá e predisse estas coisas que acabas de
fazer contra este altar de Betel.
18 Ao que disse Josias: Deixai-o estar; ninguém mexa nos seus
ossos. Deixaram estar, pois, os seus ossos juntamente com os do profeta
que viera de Samaria.
19 Josias tirou também todas as casas dos altos que havia nas
cidades de Samaria, e que os reis de Israel tinham feito para
provocarem o Senhor à ira, e lhes fez conforme tudo o que havia
feito em Betel.
20 E a todos os sacerdotes dos altos que encontrou ali, ele os matou
sobre os respectivos altares, onde também queimou ossos de
homens; depois voltou a Jerusalém.
A celebração da Páscoa
21 Então, o rei deu ordem a todo o povo
dizendo: Celebrai a páscoa ao Senhor, vosso Deus, como
está escrito neste livro do pacto.
22 Pois não se celebrara tal páscoa desde os dias dos
juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de
Israel, nem tampouco nos dias dos reis de Judá.
23 Foi no décimo oitavo ano do rei Josias que esta páscoa foi celebrada ao Senhor em Jerusalém.
A piedade de Josias
24 Além disso, os adivinhos, os feiticeiros, os
terafins, os ídolos e todas abominações que se
viam na terra de Judá e em Jerusalém, Josias os extirpou,
para confirmar as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o
sacerdote Hilquias achara na casa do Senhor.
25 Ora, antes dele não houve rei que lhe fosse semelhante, que
se convertesse ao Senhor de todo o seu coração, e de toda
a sua alma, e de todas as suas forças, conforme toda a lei de
Moisés; e depois dele nunca se levantou outro semelhante.
26 Todavia, o Senhor não se demoveu do ardor da sua grande ira,
com que ardia contra Judá por causa de todas as
provocações com que Manassés o provocara.
27 E disse o Senhor: Também a Judá hei de remover de
diante da minha face, como removi a Israel, e rejeitarei esta cidade de
Jerusalém que elegi, como também a casa da qual eu disse:
Estará ali o meu nome.
A morte de Josias
28 Ora, o restante dos atos de Josias, e tudo quanto
fez, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Judá?
29 Nos seus dias, subiu Faraó-Neco, rei do Egito, contra o rei
da Assíria, ao rio Eufrates. E o rei Josias lhe foi ao encontro;
e Faraó-Neco o matou em Megido, logo que o viu.
30 De Megido os seus servos o levaram morto num carro, e o trouxeram a
Jerusalém, onde o sepultaram no seu sepulcro. E o povo da terra
tomou a Jeoacaz, filho de Josias, ungiram-no, e o fizeram rei em lugar
de seu pai.
O reinado e a deposição de Jeoacaz
31 Jeoacaz tinha vinte e três anos quando
começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém.
O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
32 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo o que seus pais haviam feito.
33 Ora, Faraó-Neco mandou prendê-lo em Ribla, na terra de
Hamate, para que não reinasse em Jerusalém; e à
terra impôs o tributo de cem talentos de prata e um talento de
ouro.
34 Também Faraó-Neco constituiu rei a Eliaquim, filho de
Josias, em lugar de Josias, seu pai, e lhe mudou o nome em Jeoaquim;
porém levou consigo a Jeoacaz, que conduzido ao Egito, que ali
morreu.
35 E Jeoaquim deu a Faraó a prata e o ouro; porém
impôs à terra uma taxa, para fornecer esse dinheiro
conforme o mandado de Faraó. Exigiu do povo da terra, de cada um
segundo a sua avaliação, prata e ouro, para o dar a
Faraó-Neco.
O reinado de Jeoaquim
36 Jeoaquim tinha vinte e cinco ano quando
começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém. O nome
de sua mãe era Zebida, filha de Pedaías, de Ruma.
37 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo o que seus pais haviam feito.
24 Nos seus dias, subiu
Nabucodonosor, rei de Babilônia, e Jeoaquim ficou sendo seu servo
por três anos; mas depois se rebelou contra ele.
2 Então, o Senhor enviou contra Jeoaquim tropas dos caldeus,
tropas dos sírios, tropas dos moabitas e tropas dos filhos de
Amom; e as enviou contra Judá, para o destruírem,
conforme a palavra que o Senhor falara por intermédio de seus
servos, os profetas.
3 Foi, na verdade, por ordem do Senhor que isto veio sobre Judá
para removê-lo de diante da sua face, por causa de todos os
pecados cometidos por Manassés,
4 bem como por causa do sangue inocente que ele derramou; pois encheu
Jerusalém de sangue inocente; e por isso o Senhor não
quis perdoar.
5 Ora, o restante dos atos de Jeoaquim, e tudo quanto fez, porventura
não estão escritos no livro das crônicas dos reis
de Judá?
6 Jeoaquim dormiu com seus pais. E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.
7 O rei do Egito nunca mais saiu da sua terra, porque o rei de
Babilônia tinha tomado tudo quanto era do rei do Egito desde o
rio do Egito até o rio Eufrates.
O reinado de Joaquim
8 Tinha Joaquim dezoito anos quando começou a
reinar e reinou três meses em Jerusalém. O nome de sua
mãe era Neústa, filha de Elnatã, de
Jerusalém.
9 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo o que seu pai tinha feito.
Nabucodonosor leva cativa a nobreza de Jerusalém
10 Naquele tempo, os servos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, subiram contra Jerusalém, e a cidade foi sitiada.
11 E Nabucodonosor, rei de Babilônia, chegou diante da cidade quando já os seus servos a estavam sitiando.
12 Então, saiu Joaquim, rei de Judá, ao rei da
Babilônia, ele, e sua mãe, e seus servos, e seus
príncipes, e seus oficiais; e, no ano oitavo do seu reinado, o
rei de Babilônia o levou preso.
13 E tirou dali todos os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da
casa do rei; e despedaçou todos os vasos de ouro que
Salomão, rei de Israel, fizera no templo do Senhor, como o
Senhor havia dito.
14 E transportou toda a Jerusalém, como também todos os
príncipes e todos os homens valentes, e todos os
artífices e ferreiros, ao todo dez mil; ninguém ficou,
senão o povo pobre da terra.
15 Assim, transportou Joaquim para Babilônia; como também
a mãe do rei, as mulheres do rei, os seus oficiais, e os
poderosos da terra, ele os levou cativos de Jerusalém para
Babilônia.
16 Todos os homens valentes, em número de sete mil, e
artífices e ferreiros em número de mil, todos eles
robustos e destros na guerra, a estes o rei de Babilônia levou
cativos para Babilônia.
17 E o rei de Babilônia constituiu rei em lugar de Joaquim a Matanias, seu tio paterno, e lhe mudou o nome em Zedequias.
O reinado de Zedequias
18 Zedequias tinha vinte e um anos quando
começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém. O nome
de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
19 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera
Jeoaquim.
A queda de Jerusalém
20 Por causa da ira do Senhor, assim sucedeu em
Jerusalém, e em Judá, até que ele as lançou
da sua presença. E Zedequias se rebelou contra o rei de
Babilônia.
25 E sucedeu que, ao nono
ano do seu reinado, no décimo dia do décimo mês,
Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio contra Jerusalém com
todo o seu exército, e se acampou contra ela; levantaram contra
ela tranqueiras em redor.
2 E a cidade ficou sitiada até o décimo primeiro ano do rei Zedequias.
3 Aos nove do quarto mês, a cidade se via tão apertada
pela fome que não havia mais pão para o povo da terra.
4 Então, a cidade foi arrombada, e todos os homens de guerra
fugiram de noite pelo caminho da porta entre os dois muros, a qual
estava junto ao jardim do rei (porque os caldeus estavam contra a
cidade em redor), e o rei se foi pelo caminho da Arabá.
5 Mas o exército dos caldeus perseguiu o rei, e o
alcançou nas campinas de Jericó; e todo o seu
exército se dispersou.
6 Então, prenderam o rei, e o fizeram subir a Ribla, ao rei de
Babilônia, o qual pronunciou sentença contra ele.
7 Degolaram os filhos de Zedequias à vista dele, vasaram-lhe os
olhos, ataram-no com cadeias de bronze e o levaram para Babilônia.
O cativeiro de Judá
8 Ora, no quinto mês, no sétimo dia do
mês, no ano décimo nono de Nabucodonosor, rei de
Babilônia, veio a Jerusalém Nebuzaradã,
capitão da guarda, servo do rei de Babilônia;
9 e queimou a casa do Senhor e a casa do rei, como também todas
as casas de Jerusalém; todas as casas de importância, ele
as queimou.
10 E todo o exército dos caldeus, que estava com o
capitão da guarda, derrubou os muros em redor de
Jerusalém.
11 Então, o resto do povo que havia ficado na cidade, e os que
já se haviam rendido ao rei de Babilônia, e o resto da
multidão, Nebuzaradã, capitão da guarda, levou
cativos.
12 Mas dos mais pobres da terra deixou o capitão da guarda ficar alguns para vinheiros e para lavradores.
13 Ademais, os caldeus despedaçaram as colunas de bronze que
estavam na casa do Senhor, como também as bases e o mar de
bronze que estavam na casa do Senhor e levaram esse bronze para
Babilônia.
14 Também tomaram as caldeiras, as pás, as
espevitadeiras, as colheres, e todos os utensílios de bronze,
com que se ministrava,
15 como também os braseiros e as bacias; tudo o que era de ouro,
o capitão da guarda levou em ouro, e tudo o que era de prata, em
prata.
16 As duas colunas, o mar, e as bases, que Salomão fizera para a
casa do Senhor, o bronze de todos esses utensílios era de peso
imensurável.
17 A altura duma coluna era de dezoito côvados, e sobre ela havia
um capitel de bronze, cuja altura era de três côvados; em
redor do capitel havia uma rede e romãs, tudo de bronze; e
semelhante a esta era a outra coluna com a rede.
18 O capitão da guarda tomou também Seraías,
primeiro sacerdote, Sofonias, segundo sacerdote, e os três
guardas da entrada.
19 Da cidade tomou um oficial, que tinha cargo da gente de guerra, e
cinco homens dos que viam a face do rei e que se achavam na cidade,
como também o escrivão-mor do exército, que
registrava o povo da terra, e sessenta homens do povo da terra, que se
achavam na cidade.
20 Tomando-os Nebuzaradã, capitão da guarda, levou-os ao rei de Babilônia, a Ribla.
21 Então, o rei de Babilônia os feriu e matou em Ribla, na
terra de Hamate. Assim, Judá foi levado cativo para fora da sua
terra.
22 Quanto ao povo que tinha ficado, na terra de Judá,
Nabucodonosor, rei de Babilônia, que o deixara ficar, pôs
por governador sobre ele Gedalias, filho de Aicão, filho de
Safã.
Ismael mata a Gedalias
23 Ouvindo, pois, os chefes das forças, eles e
os seus homens, que o rei de Babilônia pusera Gedalias por
governador, vieram ter com Gedalias, a Mizpá, a saber: Ismael,
filho de Netanias, Joanã, filho de Careá, Seraías,
filho de Tanumete, netofatita, e Jaazanias, filho do maacatita, eles e
os seus homens.
24 E Gedalias lhe jurou, a eles e aos seus homens, e lhes disse:
Não temais ser servos dos caldeus; ficai na terra, e servi ao
rei de Babilônia, e bem vos irá.
25 Mas, no sétimo mês, Ismael, filho de Netanias, filho de
Elisama, da descendência real, veio com dez homens, e feriram e
mataram Gedalias, como também os judeus e os caldeus que estavam
com ele em Mizpá.
26 Então, todo o povo, tanto pequenos como grandes, e os chefes
das forças, levantando-se, foram para o Egito, porque temiam os
caldeus.
Libertado e honrado o rei Joaquim
27 Depois disso, sucedeu que, no ano trinta e sete do
cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no dia vinte e sete do
décimo segundo mês, Evil-Merodaque, rei de
Babilônia, no ano em que começou a reinar, levantou a
cabeça de Joaquim, rei de Judá, tirando-o da casa da
prisão;
28 e lhe falou benignamente, e pôs o seu trono acima do trono dos reis que estavam com ele em Babilônia.
29 Também lhe fez mudar as vestes de prisão; e ele comeu da mesa real todos os dias da sua vida.
30 E, quanto à sua subsistência, esta lhe foi dada de
contínuo pelo rei, a porção de cada dia no seu
dia, todos os dias da sua vida.
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